A Ryanair Holdings, que agrupa cinco companhias aéreas europeias de baixo custo, obteve um lucro líquido de 1.428 milhões de euros no último exercício fiscal, que terminou a 31 de março, face a perdas de 355 milhões de euros no mesmo período anterior.
Sediada em Dublin, a Ryanair Holdings informou nesta segunda-feira, dia 22 de maio, em comunicado, que o seu tráfego aéreo cresceu “fortemente”, aumentando 74%, para 168,6 milhões de passageiros, ao mesmo tempo que registou uma recuperação significativa nas receitas graças aos avanços nos seus três principais mercados: Itália, Espanha e Reino Unido.
Neste contexto, a faturação total da Ryanair aumentou 124%, para 10.780 milhões de euros, enquanto as receitas acessórias cresceram 78%, para 3.844 milhões de euros, com um custo médio por passageiro de 23 euros em serviços como o embarque prioritário, o consumo a bordo ou a reserva de lugar.
O grupo de aviação comercial líder na Europa no setor dos voos de baixo custo destacou ainda que o aumento do lucro foi impulsionado pela sua “vantajosa” política de combustível e adiantou que tem as suas necessidades cobertas para este ano, depois de adquirir antecipadamente 85% a um preço de 89 dólares por barril.
A Ryanair recordou igualmente que no ano fiscal que terminou no final de março abriu cinco novas bases operacionais e 300 rotas adicionais no continente europeu, o que, juntamente com o recente anúncio de compra de até 300 aeronaves Boeing 737 MAX, a maior encomenda da sua história, levou a empresa a definir uma meta de 300 milhões de passageiros por ano para o ano fiscal de 2034.
Do volume de negócios global, a companhia destacou que o mercado italiano contribuiu com 2.364 milhões de euros, mais 98%, seguido do espanhol, com 1.883 milhões, e do britânico, com 1.589 milhões de euros, representando aumentos de 115% e 99%, respetivamente.
“A nossa crescente vantagem de custo unitário sobre todos os concorrentes, a cobertura de combustível, o balanço sólido e a carteira de encomendas de aeronaves de custo muito baixo, bem como a nossa resiliência operacional comprovada, criam enormes oportunidades de crescimento para a Ryanair nos próximos anos”, refere o diretor executivo da holding, Michael O’Leary, no comunicado.
O gestor estima que o tráfego de passageiros poderá aumentar para 185 milhões por ano, embora tenha alertado que os “recentes atrasos” na entrega de novos aviões por parte da Boeing americana poderão “baixar ligeiramente” essa meta de crescimento.
O’Leary disse ainda que o grupo está “cautelosamente otimista” sobre as receitas deste ano fiscal, embora esteja confiante de que “crescerá o suficiente” para atender à fatura do combustível e “gerar um aumento modesto nos lucros”.
“Esta previsão continua altamente dependente da possibilidade de surgirem eventos adversos durante o ano fiscal de 2024, como a guerra na Ucrânia ou atrasos adicionais e repetidos nas entregas da Boeing”, acrescentou o responsável.
A Ryanair Holdings é a empresa mãe de cinco companhias aéreas: a Ryanair (sede na Irlanda), a Ryanair UK (Reino Unido), a Buzz (Polónia), a Lauda (Áustria) e a Malta Air (Malta). O grupo realiza uma média de 3.000 voos por dia. Opera com 91 bases servindo 230 aeroportos em 36 países. Tem uma frota total de 540 aparelhos Boeing 737-800 e MAX 8200 Gamechanger.