A República da Guiné-Bissau não dispõe actualmente de ligações aéreas directas para a Europa. A suspensão dos voos da TAP Portugal entre Lisboa e Bissau implica que qualquer passageiro que pretenda se deslocar para a antiga colónia portuguesa da Guiné, ou dela sair em direcção à Europa, terá de procurar alternativas, sempre com escala num dos países daquela zona de África.
A TAP Portugal suspendeu as ligações no final do ano passado, depois de ter fretado alguns aviões da Senegal Airlines que transportaram entre Dakar e Bissau os passageiros que tinham feito reservas em voos da TAP na linha Lisboa-Bissau. Esta operação especial foi montada após a TAP suspender a sua ligação normal para a Guiné-Bissau na sequência do embarque forçado de 74 passageiros com documentação falsa, a 10 de Dezembro, no Aeroporto de Bissau. Desde logo a companhia portuguesa alegou que se tinha verificado a colaboração de destacados funcionários governamentais na capital guineense que, supostamente, pressionaram a tripulação da TAP para aceitar o transporte de refugiados sírios que se deslocavam com passaportes turcos, obtidos de forma ainda pouco esclarecida.
Fontes do actual governo de transição em Bissau têm dito aos jornalistas nas últimas semanas que está em formação uma nova companhia aérea no país, que pretende, exactamente, evitar a extrema dependência de Bissau dos voos da companhia aérea portuguesa, única que ligava aquele país africano à Europa. Também devido à falta de segurança no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, na cidade de Bissau, e à ocorrência de alguns problemas na escala da capital guineense a companhia aérea de Cabo Verde, TACV, deixou de voar para Bissau no ano passado. Estas ligações tinham sido restabelecidas em Dezembro de 2004, depois de dois anos de interrupção devido à instabilidade político-militar.