“Há semelhanças claras” entre os desastres da Ethiopian e da Lion, anuncia o governo etíope

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A leitura das ‘caixas negras’ (registos de dados e de voz na cabina de comando do avião) do Boeing 737 MAX 8 que caiu na Etiópia, no passado dia 10 de março, mostram “semelhanças claras” com a queda em outubro de um aparelho do mesmo tipo da companhia indonésia Lion Air, em outubro do ano passado, anunciou neste domingo, dia 17 de março, a ministra dos Transportes da Etiópia, Dagmawit Moges.

“Durante a investigação (…) foram notadas semelhanças claras entre o voo 302 da Ethiopian Airlines e o voo 610 da Lion Air”, declarou a ministra em conferência de imprensa, realizada em Adis Abeba.

A ministra não precisou quais eram as semelhanças, indicando apenas que o relatório preliminar sobre as causas do acidente na Etiópia será divulgado dentro de 30 dias.

O avião da Ethiopian Airlines despenhou-se pouco depois de ter levantado voo de Adis Abeba em direção a Nairobi, no Quénia. Morreram todos os ocupantes do aparelho, 157 pessoas de 35 países, entre os quais se encontram pelo menos 19 funcionários das Nações Unidas.

As ‘caixas negras’ do B737 MAX 8 da Ethiopian Airlines foram levadas para França, por vontade expressa da tutela etíope da Comissão de Inquérito, que não quis que essa leitura fosse da responsabilidade dos norte-americanos, como acontece normalmente, quando nos países onde acontecem desastres aéreos com aviões Boeing não existem equipamentos suficientes para fazerem essas leituras.

Os técnicos da BEA, entidade responsável pela investigação de acidentes aéreos em França, conseguiram ler os dados que já foram transmitidos às restantes partes envolvidas no inquérito.

O Governo Etíope apressou-se a divulgar, de uma forma geral, os resultados das leituras e as semelhanças com o desastre da Indonésia, o que, de certo modo, é entendido, para já, como uma forma de culpar a Boeing por não ter tido o cuidado suficiente e necessário de avaliar os riscos que as restantes aeronaves deste modelo corriam ao continuarem a voar sem qualquer outra recomendação ou mudança no software de voo. Há, naturalmente, muito caminho a percorrer, mas não se avizinham dias felizes para a fábrica norte-americana.

 

Funeral colectivo em Adis Abeba sem corpos

Entretanto, na cidade de Adis Abeba, capital da Etiópia, teve lugar neste domingo, dia 17 de março, a cerimónia do funeral coletivo de 17 vítimas etíopes do desastre de há uma semana, incluindo os oito tripulantes. Uma cerimónia emocionante, em que familiares e amigos prestaram homenagem aos falecidos junto de caixões com as suas fotografias e com um quilograma de terra da área do desastre dentro, já que não foi possível encontrar qualquer corpo reconhecível entre os 157 mortos.

Médicos especialistas em Medicina Legal têm recolhido amostras no terreno onde o avião caiu, de forma a poderem achar, através de exames de DNA, a identidade dos mortos. Um trabalho que, está previsto, irá decorrer durante cerca de seis meses. No entanto, há notícias contraditórias neste aspecto, já que alguns socorristas que trabalharam no local do acidente, confirmam que havia evidências de que o avião caiu de nariz, mas que foram encontrados alguns corpos inteiros. Para facilitar algumas normas burocráticas, o governo da Etiópia mandou entregar aos familiares das vítimas certidões de óbito provisórias.

 

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