Holanda aumenta participação acionista na Air France-KLM

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O ministro das Finanças do Governo da Holanda anunciou na noite desta terça-feira, dia 26 de fevereiro, que o Reino da Holanda tinha aumentado a sua quota acionista na companhia aérea europeia Air France-KLM para 12,8 por cento do capital.

O negócio que terá sido concluído nesta terça-feira, através da compra de lotes de ações em bolsa, e custou aos cofres holandeses 680 milhões de euros, adiantou o ministro Wopke Hoekstra (foto de abertura). O governante disse que a compra das ações foi feita para defender os interesses do Estado Holandês.

O anúncio, feito depois do encerramento das bolsas europeias, apanhou de surpresa os responsáveis pela parte francesa, que já manifestou algum desconforto face à atitude dos holandeses. E para que não fiquem dúvidas, o ministro Hoeskstra disse que a Holanda procurará nos próximos tempos atingir a mesma participação do que a França (através da Air France), que é de 14,3%. Antes desta compra a Holanda, através da KLM, só tinha 5,9% do capital da companhia europeia Air France-KLM.

A Air France-KLM nasceu da fusão de duas das mais importantes companhias aéreas da Europa, ambas comparticipadas pelo Estado de cada país, em 30 de setembro de 2003 por fusão e de mútuo acordo. No ano seguinte a União Europeia aprovou a fusão com alguns condicionamentos e a fusão acabou por fazer-se através da compra formal da KLM pela companhia francesa. De qualquer modo foi negociado um modelo de governação entre os dois países que resultou numa boa convivência até há poucos dias, quando a entrada de um novo presidente executivo no grupo, o canadiano Benjamim Smith, mexeu bastante com toda a estrutura da empresa criada em 2003.

Os franceses pretenderam substituir o presidente executivo da KLM, Pieter Elbers, no que encontraram a oposição veemente do governo holandês, que invocou que a recente perda de lucros do grupo se deveu aos inúmeros problemas laborais que a parte francesa tem dirimido na sua casa.

Contudo os números do exercício de 2018, apresentados há poucos dias, mostram que o lucro da Air France-KLM aumentou 151%, para 409 milhões de euros, face a 2017, apesar da quebra de 30,7% do resultado de exploração que, penalizado pelas greves [sobretudo entre os trabalhadores franceses], somou 1.332 milhões de euros.

Em comunicado, o grupo de aviação franco-holandês apontou um impacto negativo de 335 milhões de euros das greves na sua companhia Air France. Este conflito laboral terminou já neste mês de fevereiro de 2019, com o voto dos pilotos de Air France a favor do acordo com a direção do novo presidente executivo, Benjamin Smith, que em outubro já tinha conseguido um compromisso inicial com os sindicatos que representam mais de três quartos dos trabalhadores.

Em 2018, a diferença de rentabilidade entre os dois segmentos do grupo foi significativa: o resultado de exploração da Air France ficou-se pelos 266 milhões de euros (menos 597 milhões do que em 2017), o que se traduziu numa margem de exploração de 1,7%, enquanto a divisão holandesa KLM registou 1.073 milhões de euros de resultado de exploração (menos seis milhões do que no exercício anterior), com uma margem de 9,8%.

 

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