A Ryanair Holdings confirmou nesta sexta-feira, dia 10 de Junho, a venda ao Grupo IAG (dono da British Airways, da Iberia e da Vueling) da participação accionista de 29,8% que detinha no Grupo Aer Lingus, proprietário da companhia de bandeira irlandesa.
A venda foi decidida por unanimidade dos membros do conselho de administração da companhia aérea de baixo custo que em comunicado distribuído refere que a sua participação na Aer Lingus estava disponível para venda desde Maio de 2012, mas que só agora acedeu, por ter encontrado uma oferta que satisfaz as suas pretensões.
Esta decisão permite ao grupo IAG controlar o grupo aéreo irlandês, já que o próprio governo de Dublin fazia depender da Ryanair Holdings a sua disposição de vender mais 25% das acções. Tal como aconteceu com a privatização da TAP em Portugal (processo que ainda aguarda pareceres das autoridades nacionais e europeias de concorrência para ficar concluído), o novo controlador da Aer Lingus está obrigado a respeitar diversas condições estabelecidas e impostas pelo Governo da República da Irlanda, nomeadamente a preservação da marca, os slots e a conectividade da ilha. Aceites os pressupostos, o IAG poderá tornar-se dono da companhia. Falta ainda o visto vinculativo da Autoridade de Concorrência Europeia.
No passado mês de Junho, o IAG tinha anunciado que estaria disposto a pagar 1,4 mil milhões de euros pela parte da Ryanair na empresa nacional de transporte aéreo. Mas disse-o em forma de ultimato. Tinha prazo fixado para as 17h00 (hora de Dublin) do dia 16 de Julho. A resposta veio mais cedo.
A Ryanair poucas hipóteses tinha de resistir, pois estava a ser pressionada por outro lado pela Autoridade de Concorrência do Reino Unido que tinha decidido que a low cost irlandesa teria de desfazer-se da maior parte das ações da Aer Lingus, pois apenas estava autorizada a deter 5%, o que, de forma nenhuma, se acertava com os objectivos da companhia de baixo custo.