IATA alerta Portugal sobre os efeitos negativos da aplicação da taxa verde

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Portugal estará ‘em contramão’ se introduzir a ‘taxa verde’ de três euros por passageiro que embarque num aeroporto português, avisou hoje a IATA, ao informar que escreveu ao Governo português a ‘avisá-lo’ dos “efeitos negativos” do novo imposto.

“Outras nações europeias têm vindo a reduzir ou a remover as suas taxas sobre a aviação. Mais recentemente a Irlanda removeu a sua taxa de três euros para evitar mais danos económicos”, é um dos aspectos assinalados pela IATA, segundo indica, para defender que é um erro taxar mais os passageiros.

A associação internacional que diz contar como associada 240 companhias aéreas que transportam 84% do total do tráfego mundial, salienta, aliás, que o Governo português “deveria lembrar-se que 82% dos passageiros de e para Portugal já pagam pelo seu carbono [as suas emissões de carbono] através do ‘EU Emissions Trading Scheme’ [sistema da União Europeia de compra e venda de emissões de carbono]”.

Segundo a mesma informação, Rafael Schvartzman, vice-presidente da IATA na Europa, previu que a introdução da nova taxa ‘verde’ iria ter como consequência Portugal perder 265 mil passageiros aéreos, 50 milhões de receitas e “mais importante” 1.500 postos de trabalho.

“Seria uma tragédia para um país como Portugal, forte em comércio e turismo”, conclui Rafael Schvartzman, que, segundo o comunicado da IATA, também destacou que a aviação tem-se empenhado seriamente em reduzir as emissões de carbono e argumentou que taxas “não ajudam” essa trajectória que permitiu à aviação desde os primórdios dos jactos reduzir em mais de 70% as emissões por passageiro.

Essa ‘inutilidade’ das taxas relativamente ao objectivo da redução das emissões e, em contraponto, o impacto negativo para a economia portuguesa é, aliás, o ponto que segundo o comunicado a IATA frisou ao dirigir-se ao Governo Português.

“A proposta de uma taxa de três euros por cada passageiro à partida de Portugal não teria qualquer impacto na redução da pegada de carbono da aviação, mas iria penalizar a economia portuguesa por diminuir a procura de conexões”, diz a abrir o comunicado da IATA.

 

  • Texto do PressTUR, agência de notícias de viagens e turismo

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