Os conselhos de administração do Grupo IAG e da Iberia aprovaram na passada quarta-feira, dia 16 de dezembro, a compra da companhia aérea espanhola Air Europa por 500 milhões de euros à família Hidalgo, anuncia nesta sexta-feira, dia 18, a imprensa em Espanha.
O pagamento da verba remanescente [ver desenvolvimento desta notícia] será em dinheiro, apenas no ano de 2026, segundo ficou combinado entre as partes. A operação de transação apenas está pendente da ‘Sociedad Estatal de Participaciones Industriales’ (SEPI), uma empresa que gere as participações estatais em empresas de capital misto. É necessário que a SEPI aceite renunciar à nomeação dos dois diretores que lhe correspondem para se concretizar o empréstimo de 475 milhões para o salvamento da Air Europa, que é uma filial do Grupo turístico-hoteleiro Globalia. Ao fim e ao cabo falta a concordância do Governo espanhol.
Luis Gallego, presidente executivo do Grupo IAG desde setembro, quando deixou iguais funções na Iberia, e Javier Hidalgo, filho do fundador da Globalia e responsável pela gestão da Air Europa, lideraram pessoalmente as negociações, segundo refere a edição online da revista especializada espanhola ‘Avion Revue’. As negociações tiveram de ser concluídas, à pressa, já que “o Brexit sem acordo é uma realidade muito possível e com ele o impacto sobre os direitos de voo” das companhias aéreas entre aeroportos europeus, nomeadamente de Espanha, para e do Reino Unido.
A Iberia concordou em pagar 500 milhões de dólares pela Air Europa, deduzindo o empréstimo de 475 milhões de dólares concedido pela SEPI à Air Europa do montante inicial da negociação, para que no final a família Hidalgo não sofra uma redução significativa no valor da sua companhia aérea, embora metade tenha desaparecido durante o tempo da negociação devido à pandemia de covid-19 e a outra metade não possa ser cobrada até 2026.
Segundo o ‘Avion Revue’ estão ainda em destaque alguns questões, que carecem de solução atempada:
“A Iberia pediu à SEPI para renunciar à nomeação dos diretores a que tem direito, devido ao empréstimo concedido à Air Europa. A empresa pública também tem a opção de eleger o CEO da empresa, bem como de limitar os salários dos executivos e impedir a utilização deste dinheiro para financiar cortes no pessoal.
Mas a Iberia quer ter liberdade absoluta para gerir a empresa resultante da fusão, que será inevitavelmente acompanhada por um plano de ajustamento para obter as sinergias estimadas.
Nem o ministro dos Transportes José Luis Ábalos, nem o presidente da SEPI, Bartolomé Lora, deram luz verde para que, por enquanto, se demitam dos dois diretores e permitam a implementação de um plano de ajustamento, mas espera-se que o fecho oficial do negócio tenha lugar antes do final do ano.”