O desaparecimento do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines, na madrugada do passado dia 8 de Março, quando viajava de Kuala Lumpur para Pequim, obrigará a fazer mudanças na indústria aeronáutica e a incorporar novos avanços tecnológicos. Esta é uma das conclusões da Cimeira da Aviação Latino-Americana, realizada na semana passada em Santiago do Chile, no âmbito da Feira Internacional do Ar e do Espaço (FIDAE) e que reuniu executivos de diversas companhias aéreas latino-americanas.
“Os grandes eventos trazem grandes mudanças”, disse o vice-presidente executivo da companhia aérea Latam, Enrique Cueto, no decorrer de uma mesa-redonda com outros executivos, e na qual também participaram Germán Efromovich, presidente do grupo controlador da companhia aérea colombiana Avianca; o presidente da Aerolíneas Argentinas, Mariano Recalde, e o presidente do grupo uruguaio Buquebus, Juan Carlos López “Mena”.
Os executivos consideraram que a magnitude das mudanças na indústria variará em função das causas do confuso incidente com o avião malaio, que ainda estão a ser investigadas. Enrique Cueto mostrou-se surpreendido pelo fato de algumas tecnologias muito divulgadas, como o armazenamento nas nuvens, ainda não estarem a ser aplicadas à aviação civil.
“É incrível que a indústria aérea (fique) sempre para trás, porque essas mudanças são caras, e que um avião desapareça 15 dias e não saibamos onde ele está”, disse o representante da Latam, produto da fusão da chilena LAN com a brasileira TAM. Cueto observou que milhões de dólares são destinados à busca das caixas pretas dos aviões acidentados, uma despesa que poderia ser evitada em grande medida se a informação estivesse disponível de maneira “virtual”.
O dono da Avianca comentou que a tecnologia permite actualmente “sofisticar os métodos de controlo” para evitar que um avião desapareça e se perca o momento e o lugar em que isso acontece, como no caso do MH370 de Malaysia Airlines.