O Gabinete Central do Combate à Corrupção (GCCC) da República de Moçambique revelou na terça-feira, dia 31 de janeiro, que já solicitou, do Brasil, documentos que relatam a investigação sobre pagamentos ilegais feitos pela construtora aeronáutica Embraer a dirigentes das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), sublinhando que a investigação ‘está numa fase avançada’.
É preciso mencionar que estão aqui, em causa, factos que ocorreram em quatro Estados. Neste momento estamos numa fase bastante avançada e de forma positiva os países tem respondido as nossas solicitações, disse o porta-voz do GCCC, Eduardo Sumana.
Falando na cidade de Maputo, durante uma conferência de imprensa para anunciar as atividades do GCCC referentes a 2016, Sumana disse que, atualmente, decorrem investigações a todos os funcionários da LAM entre 2008 e 2009.
Estão a ser investigados todos funcionários desta época, bem como terceiros que têm vínculo com a mesma e que, entre 2008 e 2009, procederam a aquisição de aeronaves da empresa brasileira Embraer, havendo suspeitas de os mesmos terem recebido um suborno de 800 mil dólares, como forma de viabilizar o negócio com aquela empresa, disse a fonte.
Segundo o porta-voz, no mesmo processo, há indício de gestão danosa de fundos provenientes da venda de aeronaves efectuados pela LAM, assim como de pagamentos efectuados pela mesma empresa no âmbito do aumento da sua frota.
Este escândalo foi despoletado pelo Departamento de Justiça dos EUA, ao divulgar um caso envolvendo a Embraer, a fabricante brasileira de aviões, que terá pago subornos na ordem de 800 mil dólares ao antigo presidente do Conselho de Administração das Linhas Aéreas de Moçambique, José Viegas, e a Mateus Zimba, o antigo diretor da empresa petrolífera Sasol em Moçambique, que atuou como consultor no negócio de venda de duas aeronaves (Embraer) à LAM.
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América, eles teriam pedido 1 milhão de dólares, mas só receberam 800 mil dólares de comissão da empresa Embraer para adjudicarem a compra de duas aeronaves.
- Notícia divulgada pela AIM (Agência de Informação de Moçambique)