A aquisição de uma participação de 49% no capital social da companhia de aviação Binter Cabo Verde pelo governo do arquipélago africano de expressão oficial portuguesa vai exigir um investimento de apenas 19%, atendendo a que 30% corresponde à cedência comercial das rotas domésticas e regionais, disse o primeiro-ministro cabo-verdiano.
O primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, que falava na Cidade da Praia, à margem da inauguração da nova Escola de Negócios da Universidade de Cabo Verde, disse ainda que a posição do Estado será colocada posteriormente à disposição de investidores nacionais.
A companhia Binter Cabo Verde irá assegurar a partir de 1 de Agosto, em exclusividade, os voos domésticos no arquipélago, além das ligações com o Senegal e a Guiné-Bissau, ao abrigo de uma parceria que prevê a entrada do Estado cabo-verdiano na companhia com a aquisição de 49% do capital social.
A Binter Cabo Verde aumentou, em Dezembro de 2016, o seu capital social para 664 410 000 escudos cabo-verdianos, representando por 664 410 ações de valor nominal de 1000 escudos cabo-verdianos.
A compra de 49% do capital social da Binter Cabo Verde faz com que o Estado cabo-verdiano fique a deter 325 560 acções, sendo que a parte do capital social relativa ao investimento de 19% corresponde a 126 237 acções.
A Binter Canarias, detida a 100% pela Hesperia Inversiones Aéreas, um grupo de investidores das Ilhas Canárias, iniciou as negociações conducentes à venda da participação de 49% em Dezembro de 2016, depois da subsidiária Binter Cabo Verde ter começado a fazer voos entre as ilhas em Junho desse mesmo ano.
O ministro da Economia, José Gonçalves, anunciou recentemente que a companhia Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) iria deixar de voar entre ilhas a partir de 1 de Agosto, indo essas rotas ser asseguradas pela Binter Cabo Verde (LINK notícia relacionada).
- Foto © Carlos Freitas