O ministro das Infraestruturas e da Habitação considerou neste fim-de-semana ser “difícil” o início das obras do aeroporto do Montijo ainda este ano, mas ressalvou que Portugal não pode prescindir de aumentar a capacidade aeroportuária em Lisboa.
“Parece-me difícil. Agora, que Portugal não pode prescindir de aumentar a sua capacidade aeroportuária na região de Lisboa, não pode. Isso é evidente. Nós estamos a passar por uma situação muito particular, mas que não vai durar para sempre, e no dia em que nós voltarmos a ter procura, temos que ter capacidade de resposta, que nós já não tínhamos”, afirmou Pedro Nuno Santos, em entrevista à estação de rádio TSF e ao jornal ‘Dinheiro Vivo’.
O governante notou que, se não fosse a pandemia de covid-19, Portugal estaria, neste momento, a recusar “milhares de voos para Lisboa” e, consequentemente, a perder muito dinheiro.
Neste sentido, o país “não se pode dar ao luxo” de não fazer este investimento, considerou o ministro das Infraestruturas, vincando que o processo tem que ser retomado “o mais rápido possível”.
Na quinta-feira, dia 16, o presidente da Comissão Executiva da ANA – Aeroportos de Portugal defendeu, no parlamento, que a crise potenciada pela pandemia de covid-19, que paralisou o setor da aviação, “não retira qualquer relevância” ao aeroporto do Montijo, no distrito de Setúbal.
“O projeto entrou agora numa fase de execução. A crise mundial […] não retira qualquer relevância ao aeroporto do Montijo”, notou Thierry Ligonnière, durante uma audição parlamentar na comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território.
Na sua intervenção inicial, Ligonnière assegurou que, em 2019, o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, já não tinha possibilidade de gerar efeitos positivos para a economia nacional e, consequentemente, criar emprego.
Assim, no atual contexto, “torna-se ainda mais importante para mitigar os efeitos económicos de uma crise que se perspetiva muito grave”, vincou.
Em 8 de janeiro de 2019, a ANA e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.