A ideia é simples: mostrar a cidade de Lisboa do ar aos visitantes de fora e nacionais também. A aposta passa ainda por um conjunto de experiências aliadas ao voo como um almoço na praia, passeios sobre os palácios e castelos, transporte VIP ou quem sabe um pedido de casamento no ar.
Há cerca de 5 anos dois amigos, agora sócios da empresa tiveram a ideia de organizar voos turísticos sobre Lisboa durante um pequeno-almoço. Uma atividade já praticada noutras cidades como Nova Iorque, Las Vegas, Rio de Janeiro e Barcelona e que é agora possível na capital portuguesa. Este foi o mote para a criação da Lisbon Helicopters, que ao invés de optar por uma atividade de concorrência preferiu aliar-se a um operador de helicópteros, a Helibravo, uma empresa dedicada ao combate de incêndios e realização de filmes.
Quatro anos e meio foi o tempo necessário para colocar no ar o projeto que ultrapassou vários obstáculos impostos pelas várias entidades. Para os sócios, Rúben Bensimon e Francisco Sá Nogueira, foi necessário acabar com mitos, sobretudo a falta de autorização do Aeroporto de Lisboa para que outras aeronaves pudessem sobrevoar a cidade. Desfeito o mito havia duas coisas importantes a ter em conta: a construção de um heliporto e a proximidade deste com o rio Tejo porque é aí que se encontram os pontos mais interessantes para a realização de um voo turístico. Durante esse período de tempo foi necessário formalizar a concessão com o Porto de Lisboa, para a construção do heliporto bem como negociações com as autarquias de Oeiras e Lisboa, dadas as restrições de sobrevoo nas cidades e grandes aglomerados urbanos. Só em infraestruturas foram investidos 150 mil euros, num investimento total de um milhão de euros.
A frota é constituída por duas aeronaves Robinson R44 que fazem passeios turísticos diários com três passageiros e o AS350 Ecureuil que transporta cinco pessoas, sendo mais utilizado no caso de grupos com muitos elementos.
As rotas já são muitas e tudo depende de quanto é que o cliente pretende gastar. Há passeios de 10 minutos sobre a Torre de Belém, Padrão dos Descobrimentos, Ponte 25 de abril, Parque das Nações e regresso e existem outros mais dispendiosos sobre os castelos e palácios de Sintra, sobre a baía de Cascais. Os mais caros são os voos de transporte VIP para a Comporta com paragem para almoço ou outros destinos escolhidos pelo cliente.
O balanço deste primeiro ano de atividade é, segundo a empresa, bastante positivo e muito revelador no sentido em que 75% dos clientes são nacionais. Porém, o cliente estrangeiro é o que desembolsa mais ao optar por voos combinados de custo mais elevado. Para Francisco Sá Nogueira, “são pessoas que estão cá por pouco tempo e não sabem se vão voltar ao país e, por isso, aproveitam para fazer mais voos. O português tem tempo e oportunidade para voltar cá e repetir a experiência”. A promoção dos voos através da comunicação social é também apontada pelos empresários como um meio muito vantajoso para o crescimento da empresa, bem como a organização de eventos como sunset parties e um open day que levou cerca de 560 pessoas a voar sobre a capital em apenas três dias.
A aposta no futuro passa por reforçar as parcerias com os hotéis da cidade, que recebem cada vez mais empresários internacionais e facultar-lhes uma visita privilegiada sobre Lisboa, bem como a criação de mais pacotes de experiências que agradem o público nacional e estrangeiro.