A empresa aérea islandesa Loftleidir-Icelandic, que integra o Grupo Icelandair, falhou o prazo para apresentação de uma proposta vinculativa para aquisição de 49% da companhia portuguesa Azores Airlines, tendo requerido uma prorrogação do prazo, que terminou às zero horas de terça-feira, dia 12 de junho, anunciou nesta quarta-feira o Grupo SATA, que tem sede na Região Autónoma dos Açores.
Segundo o grupo SATA, a prorrogação solicitada pela operadora de transporte aéreo islandesa foi justificada com a “necessidade de efetuar uma análise mais minuciosa à informação disponibilizada na ‘data room’ que contém informação relativa à operação de alienação”.
A empresa tem agora até dia 26 para apresentar uma proposta, sendo que esta é segunda vez que pede uma prorrogação de prazo desde que foi selecionada.
Em declarações à agência de notícias ‘Lusa’, a 23 de abril deste ano, Erlendur Svavarsson, vice-presidente da Loftleidir Icelandic, referiu que a operadora ainda não tinha decidido se iria entrar na segunda fase do processo de alienação da transportadora aérea açoriana.
O administrador confirmou que a empresa tinha apresentado uma “declaração de interesse” e que a empresa “foi informada de que cumpriu os requisitos de pré-qualificação estabelecidos”.
“Isso significa que agora teremos acesso a mais informações sobre a empresa, para revisão e avaliação” e, “depois disso, decidiremos se a Loftleidir Icelandic entrará na segunda fase do processo”, explicou Svavarsson à ‘Lusa’.
O grupo SATA anunciou em 17 de abril que a Loftleidir Icelandic foi pré-qualificada para a segunda fase do processo de negociação da alienação de 49% do capital social da Azores Airlines.
“Na sequência da análise da manifestação de interesse apresentada pela Loftleidir Icelandic, concluiu-se que o potencial comprador em causa demonstrou cumprir integralmente ambos os requisitos de pré-qualificação”, lê-se no comunicado da SATA.
Ficou pré-qualificado o único potencial comprador que apresentou manifestação de interesse na Azores Airlines.
De acordo com o caderno de encargos da alienação de capital da operadora açoriana, o futuro acionista da Azores Airlines terá que “respeitar obrigatoriamente” a manutenção do plano de renovação da frota que está em curso com a integração de aviões Airbus A321neo.
O candidato terá ainda de promover o “cumprimento da operação aérea regular mínima”, sendo que esta contempla as ligações entre o continente e os Açores, nomeadamente as rotas liberalizadas entre Ponta Delgada e Lisboa, Ponta Delgada e Porto, Terceira e Lisboa, e Terceira e Porto.
O potencial interessado tem ainda de assegurar as ligações de obrigação de serviço público entre Lisboa e Horta, Lisboa e Pico, Lisboa e Santa Maria, Ponta Delgada e Funchal, bem como a ligação de Ponta Delgada com Frankfurt, a par das rotas a partir da Terceira e Ponta Delgada com Boston e Oakland, nos Estados Unidos da América, e Toronto, no Canadá.
O potencial comprador deve manter a identidade empresarial, a autonomia da operadora, a sua denominação social e a marca Azores Airlines, entre outros elementos de identificação, a par de um contributo para a empregabilidade local.
O capital social do grupo SATA é detido por um único acionista, a Região Autónoma dos Açores.
A Azores Airlines fechou o terceiro trimestre de 2017 com um prejuízo de 20,6 milhões de euros, estando ainda por fechar as contas finais do ano.