O grupo alemão de aviação comercial Lufthansa espera chegar a um acordo com o Estado belga para resgatar a sua subsidiária Brussels Airlines, ameaçada de falência em consequência da crise da covid-19, segundo a imprensa belga desta sexta-feira, dia 19 de junho.
De acordo com o jornal francófono ‘Le Soir’, o porta-voz do grupo alemão, Andreas Bartels, negou haver um plano para vender a Brussels Airlines, que voa para Portugal e Angola, entre outros países europeus e africanos. “Esperamos conseguir chegar a um acordo com o Estado belga”, declarou.
O grupo Lufthansa não exclui, no entanto, a possibilidade de falência da sua filial belga se não for conseguido um acordo social com os sindicatos, noticia, por seu lado, o ‘La Libre Belgique’.
O Governo belga e a Lufthansa negoceiam há semanas uma possível ajuda de Estado à Brussels Airlines, sob a forma de um financiamento no valor de 300 milhões de euros.
De acordo com a imprensa belga, está prevista para esta sexta-feira mais uma ronda negocial. Os pilotos têm-se oposto ao acordo proposto – que prevê a redução de quase 1.000 dos seus 4.000 funcionários – classificando algumas das propostas da administração como “intragáveis”.
Para Portugal, a Brussels Airlines voa para Lisboa, Porto e Faro, e é parceira da TAP na rede Star Alliance, realizando voos em code share.
A companhia belga voa de Bruxelas para mais de 70 destinos na Europa, África (incluindo Luanda), e ainda Nova Iorque e Washington, nos Estados Unidos da América.
A Brussels Airlines interrompeu a atividade em 21 de março. Na segunda-feira passada retomou progressivamente os voos. Em abril passado, em plena crise da pandemia, a imprensa belga divulgou notícias que referiam a reestruturação da companhia, que passaria de uma frota de 54 para 38 aviões e a redução de cerca de 25 por cento dos seus quadros de pessoal. Nessa reestruturação foi ainda cancelado o acordo de aluguer de cinco aviões CRJ-900 da companhia CityJet, maior companhia aérea regional da Europa, com sede na Irlanda, que voavam ao serviço da Brussels em rotas regionais europeias.
A companhia belga, em 2019, foi responsável por cerca de 10 por cento das receitas e movimento de passageiros do Grupo Lufthansa.