A ‘Comissão Eventual de Inquérito à Política de Gestão da TAP em relação à Madeira’ aprovou na segunda-feira, dia 23 de julho, por unanimidade, uma proposta do Partido Social-Democrata (PSD) para serem ouvidos o ministro do Planeamento e Infraestruturas e o o presidente da TAP Air Portugal.
A proposta do PSD foi feita e aprovada numa reunião que a ‘Comissão Eventual de Inquérito à Política de Gestão da TAP em relação à Madeira’ realizou nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa da Madeira para definir a metodologia de trabalho. Outros partidos, nomeadamente CDS-PP, PS, PCP e JPP, ficaram de apresentar propostas na próxima reunião, ainda por agendar.
O PSD pede ainda para serem ouvidos o administrador não executivo da TAP, Bernardo Trindade, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’ Oliveira Martins, a secretária regional do Turismo e Cultura da Madeira, Paula Cabaço, o presidente da Câmara Municipal do Porto Santo, Idalino Vasconcelos, a Câmara de Comércio e Indústria do Funchal (ACIF), a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) e a Delegação da Madeira da Ordem dos Economistas.
A proposta do PSD requer ainda vários documentos à TAP relativos aos condicionamentos com partida e chegada da Madeira e do Porto Santo, assim como de Lisboa e do Porto e o número de voos nas rotas nacionais da TAP e número de condicionamentos (atrasos superiores a 30 minutos e cancelamentos).
São também solicitados vários relatórios à TAP entre janeiro de 2012 e agosto de 2015 e entre setembro de 2015 e junho de 2018 e a conta de exploração entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017, da rota nas ligações Madeira e continente.
À Autoridade da Concorrência, a Comissão vai pedir o estudo feito sobre os preços praticados nas linhas aéreas que ligam a Madeira a Portugal e, à ACIF – Câmara de Comércio e Indústria do Funchal, o inquérito realizado sobre o impacto económico para o turismo na sequência dos preços excessivos na linha aérea com a Madeira.
Desde há várias semanas que as forças políticas da Região Autónoma da Madeira contestam os recorrentes cancelamentos de voos da TAP de Lisboa e do Porto para a ilha, cuja vida económica se encontra muito dependente da disponibilidade e do sucesso do transporte aéreo. A Madeira e, nomeadamente o presidente do Governo Regional, reclamam melhor serviço da TAP. Reclamam dos preços, mais caros que alguns voos para destinos de longo curso, e da irregularidade dos horários, com frequentes cancelamentos e atrasos “por motivos operacionais”. São anomalias que têm sido justificadas pela TAP com o período de crescimento que afeta a companhia aérea, mas que, segundo diversas entidades representativas da população madeirense não podem continuar a verificar-se.
- Foto © Luís Dória Santos