Manuela Rebelo, vice-ministra dos Transportes e Comunicações do Governo da República de Moçambique, reconheceu nesta quinta-feira, dia 30 de março, a existência de dificuldades operacionais e estruturais na companhia aérea nacional de bandeira LAM (Linhas Aéreas de Moçambique).
Durante uma visita às instalações da transportadora aérea, cujo capital social é detido maioritariamente pelo Estado de Moçambique, a governante verificou que quatro dos sete aparelhos comerciais da empresa estão sem voar devido a problemas de manutenção.
“A bandeira da LAM deve ser a segurança. Se o equipamento não reúne condições, mesmo que seja um mínimo detalhe, é importante estar em terra, e primeiro resolver o problema para garantirmos uma viagem segura aos nossos passageiros”, justificou, a propósito, a vice-ministra Manuela Rebelo, que também reconheceu a existência de problemas estruturais na companhia.
“Temos estado a constatar alguns problemas nos voos. Atrasos, adiamentos e alguma reclamação do nosso público-alvo, não porque o Governo não soubesse que a LAM tem alguns problemas”, disse Manuela Rebelo, que apontou a falta de equipamento como um obstáculo premente para a mais antiga operadora do espaço aéreo do país. A governante visitou as instalações da companhia, no Aeroporto de Mavalane, em Maputo, precisamente na sequência de uma série de incidentes que ocorreram na companhia, nomeadamente avarias técnicas e diversos atrasos e cancelamentos de voos que têm suscitado o protesto dos passageiros e um ambiente de desconfiança entre os utentes do transporte aéreo.
Na sua edição desta quinta-feira, o ‘Notícias de Maputo’, principal jornal impresso de Moçambique, destaca as avarias que se têm verificado em aviões da LAM e cita declarações do diretor técnico da companhia, Pascoal Bernardo: “Os técnicos estão no terreno a trabalhar e logo que recebermos as peças vamos pôr as aeronaves a voar”. “Dentro de dois a três dias, teremos o material necessário e garantimos que os aviões voltam a operar”, garantiu.
Face às deficiências e falta de resposta da companhia nacional, proibida de voar no espaço europeu, por não cumprir com a regulamentação comunitária, nomeadamente, quanto a questões de segurança, Manuela Rebelo disse aos jornalistas nesta quinta-feira, após a visita à sede da LAM, que o espaço aéreo em Moçambique está livre para que outras companhias aéreas o explorem, “bastando para o efeito seguirem os procedimentos legais”.
Presentemente a LAM e a MEX, sua subsidiária para o transporte inter-provincial, são as únicas companhias regulares certificadas para transporte aéreo regular em Moçambique, o que lhes confere uma posição de monopólio. O mercado está aberto, mas a situação económica do País não tem permitido o aparecimento de novos operadores aéreos. Alguns empresários têm manifestado o seu desagrado face à enorme burocracia e demora com que decorrem os processos de licenciamento de novas companhias, o que já tem levado alguns investidores a desistirem da ideia.