O antigo governante português Sérgio Monteiro (na imagem de abertura) disse na Assembleia da República, em Lisboa, que o negócio de manutenção da TAP no Brasil nunca foi “um ativo estratégico” para a empresa, mas um “sorvedouro de dinheiro”.
O ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, falava nesta sexta-feira, dia 24 de março, na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, a requerimento do Partido Socialista (PS), sobre a privatização da TAP.
“Nunca dissemos que a manutenção do Brasil era um ativo estratégico. Era justificado como a única forma de fazer a operação no Brasil crescer, o que eu tenho para mim que não fosse assim”, apontou Sérgio Monteiro, em resposta aos deputados.
O ex-secretário de Estado disse que deu, por duas vezes, orientações ao Conselho de Administração da TAP para que a empresa fosse vendida.
Neste sentido, foram organizados dois processos que acabaram por não ser bem-sucedidos.
“Houve um momento em que a tutela financeira deu orientações à TAP, em 2015, para impedir a remessa de receitas de Portugal para o Brasil […]. O Brasil era um sorvedouro de dinheiro”, defendeu.
Sérgio Monteiro disse ainda que relativamente a este negócio também foram ponderados todos os cenários, inclusive o encerramento, tendo o executivo optado “por não nacionalizar esse buraco”.
Em 2022, a área de Manutenção e Engenharia da TAP no Brasil foi encerrada de forma definitiva, após terem sido acumulados prejuízos de aproximadamente 600 milhões de euros em 13 anos.
O negócio contava com mais de 380 trabalhadores, na ocasião do fecho, mas chegou a trabalhar com mais de cinco centenas de técnicos, só na estação do Rio de Janeiro, no Aeroporto do Galeão/António Carlos Jobim.