“Mea Culpa”, diz Dave Calhoun, CEO da Boeing 

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O presidente executivo (CEO) da Boeing, Dave Calhoun, assumiu nesta terça-feira, dia 9 de janeiro, um compromisso firme com a transparência enquanto reconhecia os erros da empresa, em declarações emocionadas durante uma reunião com todos os funcionários na fábrica do 737 perto de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos da América. 

Calhoun disse: “Vamos abordar isto — em primeiro lugar — reconhecendo o nosso erro. Vamos abordar esta investigação com cem por cento e total transparência em cada passo.”

Estas declarações surgiram durante uma reunião convocada por Calhoun para reforçar a segurança como a principal prioridade da empresa, após um incidente na semana passada em que um painel que pode comportar uma porta de emergência se desprendeu de um Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines em pleno voo, deixando um buraco enorme na fuselagem do avião (LINK notícia relacionada). Calhoun e outros líderes seniores da Boeing dirigiram-se aos funcionários na fábrica de Renton, no Estado de Washington, onde o 737 é montado, e transmitiram as suas observações aos trabalhadores em outras localizações via webcast.

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) suspendeu 171 dos aviões Boeing 737 MAX 9 e ordenou inspeções após o acidente de 5 de janeiro. Nenhum dos 177 passageiros e tripulantes a bordo do voo 1282 da Alaska Airlines ficou ferido quando o painel se soltou pouco depois de a aeronave partir de Portland, no Estado do Oregon.

O CEO da ‘Boeing Commercial Airplanes,’ Stan Deal, e o Diretor de Segurança, Mike Delaney, também se pronunciaram na apresentação desta terça-feira. Delaney desempenhará um papel crítico na Boeing, segundo Calhoun, sendo ele e a sua equipa os únicos autorizados a dar luz verde para permitir que o MAX 9 volte a voar.

Este incidente complica o trabalho de Calhoun para reconstruir a imagem da Boeing após os acidentes e a suspensão prolongada dos aparelhos 737 MAX. Calhoun admitiu que a empresa precisa comunicar com os clientes para tranquilizá-los, acrescentando que a relação foi novamente abalada pelo acidente da Alaska Air.

A Alaska Air Group Inc. e a United Airlines Holdings Inc. descobriram outros jatos 737 MAX 9 com parafusos soltos após a FAA suspender o MAX 9 e ordenar que as transportadoras inspecionassem os aviões. 

As inspeções formais ainda não começaram — a agência disse na terça-feira que a Boeing está a reverificar as instruções para as verificações após receber feedback, e todos os aviões afetados permanecerão parados até que o regulador (FAA) os considere seguros.

Este incidente traz um escrutínio adicional para a Boeing e os seus processos de fabrico, enquanto a maior fabricante de aviões dos EUA procura retomar o serviço com este tipo de aeronave. Calhoun, que assumiu o cargo de CEO da Boeing no início de 2020, cancelou um retiro anual para executivos seniores planeado para esta semana em resposta ao incidente com a aeronave da Alaska Airlines.

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