O consórcio britânico de satélites ‘Inmarsat’ criticou hoje, quinta-feira, dia 20 de Março, a maneira como o governo da Malásia vem coordenando as operações de busca pelo avião da Malaysia Airlines desaparecido desde o passado dia 8. O grupo que administra uma rede de satélites de recolha de dados e informação em diversos pontos do mundo, revelou que há dez dias havia informado que o esforço deveria ser concentrado no Oceano Índico ou na Ásia Central, informou o canal televisivo BBC da Grã-Bretanha.
A Inmarsat afirmou que, no dia 11 de Março, teve indicações de que o avião da Malaysia Airlines havia prosseguido voo na direcção Oeste por sete horas ou mais e que portanto era improvável que estivesse nas áreas em que a Malásia concentrava as buscas, entre o mar do Sul da China e o estreito de Malaca. Ainda assim, as autoridades malaias mantiveram as operações nesses lugares.
Ontem, a Austrália anunciou ter detectado dois objetos que podem ser do avião numa área a 2.500 km de sua costa oeste. Diversos aviões de vários países concentraram-se nessa zona, mas nada confirmaram.
Ao cair da noite em Kuala Lumpur, o ministro dos Transportes da Malásia, Datuk Seri Hishammuddin Tun Hussein, fez o ponto da situação das buscas. Mostrou-se muito aborrecido com toda esta demora em encontrar o avião desaparecidos ou eventuais destroços que ponham termo ao mistério, e com alguma ironia disse que não obstante “as informações credíveis do governo australiano”, nada tinha encontrado de concreto ou confirmado pelos meios aéreos “que se deslocaram atrás da pista credível”… Hoje as buscas foram deslocadas para uma área a cerca de 2.500 quilómetros a Sul de Perth, na Austrália, mas nada de novo apareceu. Contudo a área que está a ser alvo de buscas é muito grande e na manhã de sexta-feira serão retomados os voos e os navios continuarão o rastreio da zona.
Num dos aviões malaios que estiveram envolvidos nas buscas seguiram alguns familiares dos desaparecidos e em Pequim uma mulher afirmou a uma cadeia televisiva que tem a certeza que o seu filho, passageiros do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines está vivo.
São cenas marginais ao processo, que alimentam noticiários e ‘faits-divers’, sobretudo dos canais televisivos, e que criam especulação e um ambiente sórdido à volta do desaparecimento do avião e dos seus 239 ocupantes. Hoje entra-se no 13º dia desde que os radares registaram a última presença do aparelho.
- Foto distribuída pela Marinha de Guerra da Malásia