Moçambique aumentou oferta hoteleira com 414 quartos até março deste ano

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Nos primeiros três meses do corrente ano abriram na República de Moçambique 66 novos empreendimentos ligados à restauração e turismo, que, nomeadamente, aumentaram a oferta em 414 quartos, segundo dados do Governo a que a agência noticiosa portuguesa ‘Lusa’ teve acesso.

Um relatório de execução orçamental, do Ministério da Economia e Finanças, refere que foram criados no setor 559 postos de trabalho, contra 470 no mesmo período de 2023, com o investimento privado a mais do que triplicar num ano, para 1.300 milhões de meticais (18,7 milhões de euros) de janeiro a março últimos.

“Entraram em funcionamento 66 empreendimentos contra 42 empreendimentos do primeiro trimestre de 2023, dos quais 28 de alojamento, 33 de restauração e bebidas e cinco agências de viagens, o que corresponde a um aumento de 57,1%. As aberturas incrementaram a capacidade com 414 quartos contra 323 do primeiro trimestre de 2023, o que representa um crescimento de 28,2%”, justifica-se ainda no relatório.

Moçambique emitiu quase 30 mil vistos de fronteira em 2023, desde a implementação da decisão de facilitar e isentar de vistos turistas de países de baixo risco, em maio do ano passado, segundo dados anteriores do Governo.

No relatório de balanço da execução orçamental do quarto trimestre de 2023, o Governo recorda que “foi criada uma plataforma para requisição de vistos ‘online’ e a isenção de vistos de turismo e negócios para uma lista de países de baixo risco”, num total de 29 Estados, o que “resultou na emissão de 28.963 vistos solicitados por visitantes”, até dezembro.

“A medida vem tornando Moçambique mais competitivo e facilitando o acesso de potenciais investidores ao país”, lê-se ainda no documento.

O Governo moçambicano já tinha afirmado no relatório de execução orçamental do terceiro trimestre que a decisão de facilitar e isentar de vistos turistas de países de baixo risco fez aumentar o número de visitas ao país em 34% nos primeiros 90 dias de implementação da medida.

Moçambique introduziu em dezembro de 2022 o Visto Eletrónico (e-Visa) e em 1 de maio a isenção de vistos para cidadãos de 29 países, além de ter revisto também a medida de concessão de vistos de investimentos para períodos mais alargados aos cidadãos estrangeiros que detenham investimento em Moçambique, simplificando os requisitos de atribuição.

O Governo estima uma “despesa média” por cada visitante em 110 dólares e o tempo médio de visita de quatro dias, pelo que cada visitante representa 440 dólares “de novos fundos” para a economia.

“O aumento de visitantes ao país em virtude desta medida representa um crescimento do setor e um efeito multiplicador na economia moçambicana”, acrescenta-se no relatório sobre a execução orçamental no terceiro trimestre.

O Governo moçambicano tinha avançado em agosto que mais de 13.000 cidadãos estrangeiros entraram em Moçambique ao abrigo da medida de isenção de vistos para alguns países introduzida em maio, a grande maioria turistas, incluindo de Portugal.

De acordo com dados avançados pela ministra da Cultura e do Turismo, Eldevina Materula, dessas isenções, com vistos concedidos na fronteira, “mais de 10.000” entraram em Moçambique “com o propósito de turismo e os restantes três mil em negócios”.

“Este é um sinal claro que as medidas tomadas pelo Governo estão a surtir efeitos na dinamização do nosso setor. Com estas medidas, temos claramente um novo padrão de turistas, sendo que as nacionalidades americana, britânica, portuguesa, chinesa e alemã se destacam como as cinco principais entradas em Moçambique”, afirmou a governante, em agosto passado.

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