Monte Real pode aliviar dois milhões de passageiros a Lisboa

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Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal, defendeu, uma vez mais, a criação de uma aeroporto comercial no distrito de Leiria, onde possam desembarcar os milhares de turistas que anualmente visitam o Santuário de Fátima, um dos três destinos religiosos mais procurados na Europa.

A criação desse aeroporto, sugerem também as entidades autárquicas e regionais, desde há vários anos, resultaria da transformação ou adaptação da base da Força Aérea Portuguesa em Monte Real, onde aliás, têm desembarcado e embarcado, em aviões comerciais de carreira, os Papas da Igreja Católica que, nos últimos 50 anos, têm se deslocado em peregrinação ao Santuário. Isso aconteceu, na última vez, em maio de 2017, com o Papa Francisco que chegou de Roma num voo da Alitalia. Regressou a Itália, no dia seguinte, num voo especial da TAP Air Portugal, que partiu de Monte Real em direção à capital italiana (LINK notícia relacionada).

“A abertura de Monte Real à aviação civil é uma janela de oportunidade para a região e para o País, que será possível com um investimento de 30 milhões de euros, infinitamente menor do que outros investimentos”, disse esta semana Pedro Machado, ao falar em Fátima nos VII Workshops Internacionais de Turismo Religioso, que decorrem até este sábado, dia 9 de março.

O mote para as declarações do líder da Entidade Regional foi a nova rota aérea entre o santuário francês de Lourdes e Lisboa, criada recentemente pela companhia irlandesa de baixo custo Ryanair, e que foi anunciada neste encontro em Fátima.

“É um sinal evidente de que chegou a altura de se avançar com uma estrutura aeroportuária no Centro de Portugal, que sirva o Santuário de Fátima. Se Lourdes é viável, um aeroporto que sirva Fátima também o será”, sublinhou Pedro Machado, que preside também à Agência Regional de Promoção Turística do Centro de Portugal.

Pedro Machado lembrou ainda que em 2017, ano da visita do Papa Francisco, Fátima recebeu mais de sete milhões de visitantes, segundo dados oficiais. Esse número esteve muito perto de ser atingido de novo em 2018.

O líder da Turismo Centro assegura que adaptação de Monte Real a voos comerciais “será rápida e relativamente barata”, citando um estudo da firma alemã de consultoria estratégica Roland Berger que aponta para um investimento de 25 milhões de euros em seis meses.

Para que uma operação aeroportuária seja sustentável é preciso um número mínimo de 1,2 milhões de passageiros, segundo os critérios do Instituto Nacional de Aviação Civil. De resto, refere ainda Pedro Machado, o Aeroporto de Lisboa rejeitou no ano passado milhares de voos que poderiam ter transportado para Portugal cerca de dois milhões de passageiros. Aqui poderá estar uma das soluções para a saturação do tráfego aéreo na capital portuguesa, já que muitos dos passageiros que desembarcam em Lisboa, dirigem-se para a Região Centro de Portugal.

“Abrir Monte Real à aviação comercial justifica-se e é viável. Assim o poder político o queira”, concluiu Pedro Machado.

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