Motores LEAP atrasam Boeing 737 MAX

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A CFM, construtor do motor LEAP-1B, admitiu que o propulsor que equipará o B737 MAX enfrenta uma quebra significativa de 4 a 5% consumo específico de combustível, enquanto o LEAP-1A, para o Airbus A320neo apresenta um défice mais reduzido de 2%. A notícia surge numa fase em que a linha de motores PW1X00G, da concorrente Pratt & Whitney, estão a corresponder a todas as especificações anunciadas, nomeadamente, o PW1100G, o motor alternativo para os clientes dos A320neo.

O LEAP-1A está a um ano da sua entrada ao serviço e ganhou a maioria das ordens firmes de compra de motores para o A320neo, com uma quota de mercado de 55,2%, em 1211 aviões, contra 983 aparelhos dotados com o PW1100G. No entanto, 40% dos aviões encomendados ainda não fizeram uma selecção de motores. Logo, existe uma significativa proporção de ordens para conquistar e a P&W anunciou a introdução de um pacote de melhoria de performance (PiP – performance improvement package), de 2019 em diante, que reduzirá o consumo específico de combustível num adicional de 3%.

Mesmo assim, a CFM ainda apresenta diversas vantagens, incluindo a boa memória dos seus motores CFM56-5 na família de aviões A320ceo. O CFM56 oferece baixos custos de manutenção e uma fiabilidade superior face aos motores International Aero Engines IAE V2500, pelo que a expectativa dos clientes relativamente ao LEAP-1A poderá manter estes motores na corrida. Na prática, a selecção de motores é raramente feita exclusivamente com base no consumo de combustível, pelo que um défice de 1 a 2% não impossibilita que o mesmo seja ultrapassado por outros factores, como o preço, os custos de manutenção e as ofertas aftermarket.

Do lado da Boeing, o problema é mais complicado. Embora a CFM ainda tenha alguma margem até à entrada ao serviço do motor, em 2017, um défice de 5% no consumo específico de combustível é difícil de ultrapassar no imediato e irá requerer múltiplos PiP até ser totalmente vencido. Além de prejudicar a própria CFM, esta situação também poderá afectar as vendas da Boeing, cujas encomendas do 737 MAX 9 estão atrás dos Airbus A321neo (com 47% do total de ordens). Já o 737 MAX 8 é superior ao A320neo em custos de assento por milha.

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