David Neeleman, fundador e acionista da Azul – Linhas Aéreas Brasileiras, disse ao jornal chileno ‘Diario Financiero’ que a companhia aérea brasileira está interessada na compra da totalidade do Grupo LATAM Airlines.
Numa entrevista publicada nesta segunda-feira, dia 1 de novembro, David Neeleman, adiantou que a Azul está “pronta para fazer uma oferta, caso os credores não cheguem a acordo sobre um plano de reestruturação”
“Nós sabemos exatamente o que vamos oferecer”, afirmou Neeleman, acrescentando que a Azul provavelmente terá que esperar até 26 de novembro, data limite para a apresentação do plano de reestruturação, pendente de uma aprovação das entidades judiciais que seguem o processo de proteção de credores, dada a falta de liquidez do maior grupo de aviação comercial da América Latina.
Não é de agora que a companhia fundada por Neeleman manifesta interesse na LATAM, mas as primeiras notícias conhecidas, há quase dois anos indicavam que a Azul estaria interessada apenas na filial brasileira, a LATAM Airlines Brasil.
Contrariamente ao que têm afirmado os responsáveis pela atual gestão do Grupo LATAM, que têm solicitado adiamento dos prazos para apresentação do projeto de reestruturação, invocando negociações com entidades financeiras e bancárias internacionais, Neeleman diz que “tudo indica que tal acordo não será alcançado”.
O jornal ‘A Folha de S. Paulo’, que também transcreve nesta terça-feira, dia 2 de novembro, as declarações do fundador da Azul, adianta que o Grupo LATAM Airlines não respondeu às suas questões pra tomada de uma posição sobre o assunto.
O Grupo LATAM informou, no passado dia 28 de outubro, que o juiz do Tribunal do distrito sul de Nova Iorque, onde decorre o processo de recuperação da holding, aprovou o pedido de prorrogação do prazo de exclusividade para a apresentação do seu Plano de Reorganização até 26 de novembro.
Essa solicitação permite dar continuidade aos avanços das negociações com as diversas partes interessadas a fim de acordar as condições de financiamento e submeter à aprovação o seu Plano de Reorganização. “Isso permitirá emergir de forma bem-sucedida do processo, em conformidade com a legislação vigente tanto dos Estados Unidos como do Chile, considerando o direito de subscrição preferencial dos acionistas no Chile”, explica o comunicado então distribuído em Santiago do Chile e na cidade de São Paulo, no Brasil.
A LATAM participará ativamente desse processo com a convicção de que seu êxito e o consenso de todos os participantes permitirão ao grupo propor um Plano de Reorganização que poderá ser apresentado ao tribunal de Nova Iorque e submetido à aprovação dos credores, e, posteriormente, aos acionistas para a sua implementação.
O Grupo LATAM Airlines e as suas companhias afiliadas no Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru e Brasil recorreram a esse processo após as graves consequências da pandemia de covid-19. “Através do Capítulo 11, as afiliadas serão capazes de redimensionar as suas operações e adaptá-las ao novo ambiente de demanda e reorganizar os seus balanços financeiros, ressurgindo assim como empresas mais ágeis, eficientes e sustentáveis para um novo estágio pós-pandémico”, asseguram os responsáveis pelo Plano de Reorganização.
- O Grupo LATAM Airlines é o principal grupo de companhias aéreas da América Latina, com presença em cinco mercados domésticos da região: Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru, além de operações internacionais na América Latina e para a Europa, Estados Unidos da América e Caraíbas. O grupo possui uma frota de aeronaves Boeing 767, 777, 787, Airbus A321 A320, A320neo e A319. LATAM Cargo Chile, LATAM Cargo Colômbia e LATAM Cargo Brasil são as afiliadas de carga do grupo LATAM, que além de terem acesso aos porões de aeronaves de passageiros do grupo, contam com uma frota conjunta de 11 aviões dedicados exclusivamente ao transporte de carga, que será ampliada gradualmente até totalizar 21 aparelhos em 2023.