A ‘Norwegian Air Shuttle’, actualmente a terceira mais importante companhia europeia de baixo custo, e que voa para alguns aeroportos portugueses, está a ser acusada de tratar com pouco respeito os seus empregados. O sindicato de pessoal navegante ameaça com uma greve que poderá ocorrer já neste mês de Maio, e que deverá afectar toda a rede de voos da companhia norueguesa na Europa.
A imprensa internacional do sector falava neste fim-de-semana de um autêntico braço de ferro entre a Administração e os trabalhadores.
A situação que provocou este estado de coisas é o facto da Norwegian se ter recusado a negociar um novo acordo colectivo de trabalho, que até agora tinha sido sempre revisto e negociado em cada dois anos. A empresa terá ido longe de mais, ao mandar uma carta aos seus colaboradores que contém uma velada ameaça aos seus direitos: quem aderir à greve vai ficar sem direito aos bilhetes ID, que permite aos empregados da companhia viajarem para os aeroportos que a companhia serve pagando apenas as taxas aeroportuárias e de segurança aérea.
A situação entre ambas as partes está bastante radicalizada, admitia a imprensa norueguesa no fim-de-semana, pois a companhia já listou as represálias que os cerca de 1.300 trabalhadores poderão sofrer; suspensão por três anos dos benefícios de emissão de bilhetes gratuitos para os familiares directos dos pilotos e comissários de bordo e hospedeiras, relocalização forçada em Oslo do pessoal de cabina que hoje reside em Stavanger, Bergen e Trondheim. Outras das ameaças é a mudança do pessoal de bordo que vive em Copenhaga (Dinamarca) para uma empresa terceirizada.
Mas as ameaças parecem que estão a resultar num efeito contrário, disseram sábado fontes do sindicato Pärat, que faz questão em recordar aos patrões noruegueses que está integrado na Federação Europeia dos Sindicatos dos Trabalhadores de Transportes que reúne cerca de 5 milhões de membros em 150 países.
A ‘Norwegian Air Shuttle’ é a terceira companhia de baixo custo da Europa, sendo a nona no ‘ranking’ das que transportam mais passageiros. Tem actualmente uma frota de 93 aviões constituída por 88 B737 e 5 Boeing 787 que ficarão para os seus trajectos de longo curso. Recentemente fez uma encomenda firme de 255 Airbus et Boeing de corredor único (100 A320neo, 55 B737-800 e 100 B737 MAX8) assim como 12 B787 (3 B787-8 e 9 787-9).
Que situação lamentável, é triste ver uma linha aérea fazer encomendas de aviões tão caros e recusar negociar os contractos dos seus trabalhadores! Lá está… é tudo um jogo de interesses neste sector da aviação! Fala-se tanto da ryanair, mas há outros tantos que também vão fazendo das suas…