A Norwegian Air anunciou no início desta semana o cancelamento de seis rotas transatlânticas entre aeroportos da Irlanda (Cork, Dublin e Shannon), e da América do Norte (EUA e Canadá), alegando problemas de equipamento, suscitados pela reprogramação do seu plano de viagens, devido à suspensão dos voos dos novos Boeing 737 MAX, dos quais a companhia já tinha na sua frota 18 unidades.
A paragem dos novos aviões da fábrica norte-americana, imposta desde março passado, dada a ocorrência de dois desastres fatais, tornaram essas rotas [para aa América do Norte] comercialmente inviáveis”, refere a informação da companhia norueguesa que tem base em Oslo.
A companhia disse que os últimos voos para os aeroportos de Nova Iorque/Stewart e Providence/T. F. Green, em Rhode Island, ambos nos EUA, serão a 14 de setembro, com regresso nos dias seguintes. Para o aeroporto de Hamilton, na Província do Ontário, Canadá, será a 13 de setembro, com regresso também no dia seguinte.
A Norwegian Air foi a primeira companhia europeia a voar com os novos Boeing 737 MAX, tendo recebido as primeiras aeronaves em junho de 2017, para reforçar as suas rotas pioneiras de baixo custo entre a Europa e os EUA, lançadas nesse ano com bilhetes a partir de 69 dólares por viagem simples. No início do corrente ano o seu presidente anunciou que os novos aviões de corredor único da Boeing, preparados para percorrer distâncias maiores que os anteriores no segmento de médio curso, seriam utilizados em voos diretos em 12 rotas entre os Estados Unidos e aeroportos da República da Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia e Noruega. A frota parada corresponde a cerca de 12 por cento do seu efectivo da gama B737. A companhia tem ainda ao serviço 110 aviões Boeing 737-800.
Para receber estão ainda 16 aviões de uma encomenda de 34 Boeing 737-8 MAX, que a companhia já tinha negociado adiar até 2024. Contudo, as perspectivas são pouco animadoras. O presidente da Norwegian diz que vai pedir contas ao fabricante norte-americano pelos prejuízos causados pelas deficiências de fabrico dos novos aviões, que levaram à sua retenção em terra, e o presidente da Ryanair, a grande concorrente europeia para voos de baixo custo, já ousou dizer que a Norwegian irá abrir falência em breve…