O Irmão Hispano Djibutiano

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Duas pequenas historias da aviação dos 70’s(uma delas a ver com Nuestros Hermanos) e curiosamente onde a mesma aeronave – o nosso mui querido 707 – protagoniza como mera coincidência do destino duas historias diferentes com a mesma aeronave…Ou seja…completam-se.
Bab-el-Mandeb é um dos estreitos mais famosos do Planeta Terra, fazendo “quase tocar” o gigante Continente Asiático com o não menos majestoso Continente Africano, (Ásia através do Iêmen na Península Arábica e África através do Djibouti, ao norte do Corno da África). Na etimologia da Língua Árabe Bab-el-Mandeb significa algo como “Portão das Lágrimas” devido aos perigos e mortes desse estreito ao longo de séculos, fosse através de piratas, tormentas, sismos submarinos típico da zona, etc…ora seria então observando o ponto estratégico essencialmente a nível de comercio marítimo, aliado ao controle e proximidade de uma das mais navegadas e ricas rotas navegantes do planeta, que um Grupo de Investidores e Negociantes Franceses e Árabes decidiram em 1978 fundar a segunda cia, aérea da historia do pequeno e jovem estado do Djibouti (sendo a primeira de carga), somente antecipada pela constituição da nacional Air Djibouti em 1963, ainda este não era independente da França (somente em 1977). E que nome mais propicio para este projecto que não o de Bab el Mandeb Airlines. Segundo reza a historia o grosso do mercado e filosofia desta nova cia. seria o “Trading” de muito do Café que passava por portos do Djibouti vindo de muitos pontos africanos e dali distribuído para vários destinos arábicos e ate mediterrânicos das redondezas. Apesar de ter aberto em 78 e fechado logo no seguinte ano de 79, a nossa peculiar e ousada Bab el Mandeb Airlines ainda conseguiu operar um bonito CL-44 com full logo e títulos (uma cauda com um bandeira Djiboutina estilizada) alugado á islandesa Loftleidir, TF-LLH, onde apenas durou de Agosto a Novembro de 78, um 707F com essa mesma cauda pintada alugado á norte-americana MCA Leasing, N425MA, e posteriormente um 707 também cargo alugado á Luxair (LX-LGT), mas este já sem levar quaisquer tipo de cores ou títulos.

CL44

Bem…arrumada esta Africano-Arabe questão da humilde mas quiçá histórica Bab-el-Mandeb Airlines, vamos então é segunda parte da historia, que por acaso ate se passou antes, mas achei giro deixar para o fim. Aquele 707Cargo que falei ali acima, o N425MA caso não saibam fez historia aqui ao lado em Espanha. É que ao longo de toda a historia da aviação civil espanhola (PAX & Cargo) este 707 de registo americano foi o único 707 que alguma vez voou para uma Cia. Espanhola. Apesar de a historia da aviação civil de Espanha ter sido sempre muito rica em frotas, modelos, operadores regulares, charter, carga, etc, o nosso favorito modelo quadrireactor nunca foi “talvez muito apreciado” em Espanha…mas no entanto entre Março e Novembro de 78 esteve mesmo ao serviço da cia. de carga espanhola, a Aerotransporte de España, baseado em Alicante. E ate teve direito apesar de não levar títulos, a levar aquela que foi a única bandeirinha ou símbolo espanhol ate hoje num Boeing 707 civil , numa versão Tip Tail, bem la no topo da sua cauda. E após terminado este contrato para a Aero.d’Espana, lá marchou para o supra-referido Djibouti em Novembro de 78.

707 Espana


Nota: Todos os textos publicados na secção blogger integram um espaço de participação dos leitores e seguidores, que convidamos para tal. São da responsabilidade do autor, sendo que não expressam necessariamente a opinião da NEWSAVIA.
Cesário Fernandes - Blog - NewsAviaO seu primeiro emprego na aviação foi como “ moço de recados” do Aeroclube de Faro, decorriam os inícios dos anos 90.
Em 94/95 tirou a licença PCA – Piloto comercial de avião.
Voou comercialmente entre 1995 e 2010, fazendo uns biscates aqui e ali, e depois realizou o upgrade para linha aérea em 2001.
Foi instrutor teórico no Aeroclube do Algarve, em Portugal, e oficial de placa na TAP em 1996/1997.
Entrou depois para a ANA (Aeroportos de Portugal) como Oficial de Operações Aeroportuárias, nos finais de 1997, indo até 2010 conciliando os voos com a actual profissão.
Voava tudo, desde publicitários, táxis aéreos, vigilância, quando, a determinada altura deixou de voar (por motivos pessoais).
Continua um apaixonado pela aviação, e na sua empresa (Aeroportos de Portugal) é ainda formador nas áreas de documentação e legislação aeronáutica.
Cesário tem uma segunda paixão, a música. Pode seguir esta sua faceta aqui no seu blogue pessoal:

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