O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, admitiu nesta sexta-feira, dia 24 de abril, que a atual pandemia da covid-19 “pode afetar e muito” a decisão que o executivo tinha até agora de privatizar parte da Azores Airlines, empresa do grupo SATA, com sede nesta região autónoma portuguesa.
“Obviamente que [a pandemia] pode afetar e muito [a decisão de privatização]. Não considero que é urgente decidir, sobretudo neste contexto, mas mais cedo que tarde teremos de tomar uma decisão”, declarou o governante.
Vasco Cordeiro falava em entrevista à estação televisiva RTP/Açores a propósito da resposta do executivo regional à pandemia da covid-19.
Um primeiro concurso para a privatização de 49% da Azores Airlines – ramo da SATA que opera de e para fora do arquipélago – foi anulado em novembro de 2018, não tendo o mesmo sido relançado até ao momento, mas mantendo o executivo açoriano essa intenção.
Questionado sobre eventuais despedimentos na empresa – que tem cerca de mil trabalhadores em lay off –, o chefe do executivo açoriano declarou: “Faremos tudo o que for possível para evitar essa situação”.
Contudo, reconheceu, “pode haver situações de não contratar temporariamente, sazonalmente, pessoal necessário”, mas essa é “uma outra situação”.
Um avião Airbus A321neo da SATA Azores Airlines foi recentemente à China buscar material médico adquirido por esta região autónoma portuguesa, e posteriormente uma outra aeronave, contratada e de maior dimensão, levou mais equipamento para os Açores.
“A SATA realizou aquele voo porque era o meio mais rápido de garantirmos que chegava à nossa região material que necessitávamos. Não foi um exercício apenas por ser a SATA. Obviamente que teve os seus custos, mas aquele era material que era necessário”, explicou o governante açoriano.
Até esta sexta-feira, dia 24 de abril, foram detetados na Região Autónoma dos Açores, um arquipélago no Oceano Atlântico com nove ilhas habitadas, um total de 138 casos, verificando-se 20 recuperados, nove óbitos e 109 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 82 em São Miguel, cinco na ilha Terceira, cinco na Graciosa, três em São Jorge, nove no Pico e cinco no Faial.
- Foto © Gonçalo Lopes
- Texto distribuído pela agência de notícias ‘Lusa’
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