‘Performance’ da TAP preocupa agentes de viagens portugueses

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Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) afirma que “o maior problema” que estas empresas enfrentam atualmente é “a ‘performance’ da TAP”, com quem continuam a dialogar, apesar de já ter sido mais fácil.

“O nosso maior problema, neste momento, é a ‘performance’ da TAP. Isso é que nos preocupa, porque é a má ‘performance’ da TAP que temos de gerir todos os dias junto dos nossos clientes. Neste momento, a TAP à cabeça tem uma ‘performance’ de pontualidade muito, muito desagradável”, afirma Pedro Costa Ferreira em declarações à agência ‘Lusa’, a propósito do 44.º Congresso Nacional da APAVT que começa nesta quinta-feira, dia 22 de novembro, na cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na Região Autónoma dos Açores.

Segundo o mesmo responsável da APAVT, que citou dados da empresa especializada OAG, em julho deste ano, “a ‘performance’ da TAP em termos de voos com pontualidade era de 47% ‘on time’, o que colocava a TAP no ‘ranking’ 181 de 201 companhias que eram acompanhadas por essas estatísticas”.

Já em setembro, “aparentemente a pontualidade teria melhorado um bocadinho – nada de extraordinário – 50,9%, porém é uma pequena mentira porque, se é verdade que subiu um bocadinho a pontualidade, isso deveu-se muito mais ao mês do ano do que propriamente à competitividade da TAP em termos de pontualidade”, acrescenta.

“A verdade é que o ‘ranking’ da TAP de julho para setembro desceu de 181 para 186 em 198 companhias aéreas”, salienta Pedro Costa Ferreira.

Assim, e tendo em conta que “a pontualidade é o primeiro critério do ‘corporate’ [viagens de negócios]” e que para as agências de viagens este segmento “é um negócio extremamente importante”, pode calcular-se “as dificuldades” que as agências têm tido em gerir a vida dos clientes, explica o presidente da APAVT.

Pedro Costa Ferreira, assinala que a juntar-se à falta de pontualidade têm existido “más experiências no embarque e também alguma quebra de serviço a bordo”.

“Em todo o caso, a pontualidade parece-me ser, neste momento, o ponto mais importante da falta de qualidade do serviço da TAP”, reforça, lembrando que o presidente executivo da TAP disse, recentemente, numa entrevista que “houve mau planeamento da formação das tripulações, apesar de tudo um bocadinho compensada pelo facto dos pilotos estarem a voar em dias de folga e de férias”, para acrescentar que isso “não apaga o número em si” e é esse que “preocupa” a APAVT.

Instado a especificar de que forma esses constrangimentos atingem a atividade das agências de viagens, Pedro Costa Ferreira deu alguns exemplos.

“A grande questão é que são os agentes de viagens quem está atrás da cortina a tratar das necessidades de um cliente que perdeu um avião ou uma reunião, ou perdeu uma ligação, ou pela falta de pontualidade. Não há outra maneira de dizer. (…) A principal consequência para o cliente, já sabemos, é a perda de qualidade da viagem e para a agência de viagens é a perda de rentabilidade, pois, para a mesma viagem, estamos a cumprir, obviamente, os nossos deveres de boas práticas e, portanto, o acompanhamento de uma viagem que já foi vendida é feita com muito mais tempo e muito mais custos”, explica.

Sobre o congresso da APAVT, e questionado sobre se tem havido diálogo com a companhia que, a ver pelo programa, tem diminuído a presença nesta reunião anual das agências de viagens, Pedro Costa Ferreira responde: “Não há como não admitir que a visibilidade da companhia no seio do nosso congresso [antes parceira] é hoje menor do que há anos atrás, mas do ponto de vista da representação de um setor e do presidente dessa associação terá de haver sempre abertura para um diálogo futuro”.

O congresso nacional dos agentes de viagens portugueses junta durante três dias cerca de 600 profissionais na ilha de São Miguel, um dos destinos nacionais mais procurados, sobretudo no Verão.

“Não creio que seja possível aumentar a qualidade da viagem e a segurança dos nossos passageiros se não houver diálogo de quem está mais perto deles, que são os agentes de viagens, e quem mais os transporta em Portugal, que é a TAP”, sublinha ainda.

O presidente da APAVT ressalva: “Não estou a dizer que a TAP não dialoga, mas não há como não reconhecer que hoje a qualidade do diálogo com a TAP não é tão boa como em anos anteriores. E não há também como não reconhecer que defendemos melhorá-lo [o diálogo] sem estarmos ofendidos, porque em negócio o que nos deve definir sempre é a estabilidade dos nossos clientes e a qualidade da nossa ‘performance'”.

 

  • Notícia distribuída pela agência de notícias portuguesa ‘Lusa’

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