Peritos admitem que parte da asa encontrada é do avião da Malaysia Airlines

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Os destroços de parte da asa de um avião que foram encontrados no passado dia 29 de Julho, numa praia da ilha de Reunião, no Oceano Índico, é de um Boeing 777 e há uma forte presunção de que deve pertencer ao avião da Malaysia Airlines que fazia o voo MH370, que desapareceu na madrugada do dia 8 de Março de 2014, quando voava entre a Malásia e a China, declarou esta quarta-feira, 5 de agosto, o Procurador adjunto da República da comarca de Paris, Serge Mackowiak.

“A peça é proveniente de um Boeing 777, face às suas características técnicas e a documentação técnica apresentada pelos representantes da companhia aérea permitiram efectuar uma aproximação entre a peça examinada pela equipa de especialistas e o ‘flaperon’ do Boeing 777 do voo MH370, olhando para as suas características técnicas comuns”, disse o procurador Serge Mackowiak. Contudo, esta semelhança deverá ser confirmada por análises complementares que começam já amanhã, quinta-feira, observou prudentemente o Procurador adjunto de Justiça da capital francesa.

O fragmento da asa de avião encontrado na ilha de Reunião foi recolhido com alguns crustáceos apegados, o que prova ter estado submerso muito tempo.

 

Governo da Malásia diz que ‘flaperon’ pertence ao avião desaparecido

Em Kuala Lumpur, capital da Malásia, o primeiro-ministro malaio, de forma menos prudente, afirmou à imprensa que os destroços encontrados são do avião desaparecido, ainda de forma misteriosa, com 239 pessoas a bordo. O governo malaio está convencido de que começa a levantar-se o véu sobre o mistério que encobre o desaparecimento do avião que viajava para Pequim, e que alguns especialistas em segurança aérea dizem ter mudado de direcção e seguido sobre o Oceano Índico em direcção a sul.

O aparecimento do fragmento da asa e da cobertura de uma mala de viagem, em muito mau estado e sem qualquer identificação, que também deu à costa na ilha de Reunião na semana passada, são para o governo de Kuala Lumpur prova de que começa a desvendar-se o que terá acontecido ao avião da Malaysia Airlines, e que, aliás, era admitido pela maioria dos que se entregaram às buscas nestes 17 meses: o avião despenhou-se no mar, no imenso Índico, provavelmente próximo ou em direcção à Austrália.

O ‘flaperon’ encontrado foi transportado num voo da Air France, de Saint Dennis, capital da ilha de Reunião, para Paris, tendo depois seguido acompanhado por forte escolta policial para o Laboratório Militar de Balma, próximo da cidade de Toulouse, onde foi examinado por técnicos do BEA (Bureau d’Enquêtes et d’Analyses), entidade encarregada dos inquéritos e investigações sobre acidentes aéreos, que acompanhados por investigadores malaios e técnicos de manutenção e engenharia da companhia aérea malaia seguiram atentamente as análises comparativas feitas nesta quarta-feira aos destroços encontrados.

A Justiça francesa esclareceu que a peça encontrada foi levada para França, por a Ilha de Reunião ser um território ultramarino com jurisdição da França. Contudo, não há qualquer intenção da França se apropriar das investigações, estando todo e qualquer material encontrado em território francês disponível também para análise das entidades qualificadas de todos os países envolvidas nas buscas e que pretendam aceder ao material recolhido, agora à guarda das autoridades militares de França.

 

  • Notícia atualizada às 20h50 UTC
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