Os pilotos da Portugália Airlines, subsidiária da TAP S. A., denunciam um cenário de cancelamentos e de atrasos “sem paralelo na Europa” que se tem vindo a agravar desde o mês de abril deste ano, com vários casos de incidentes na operação por causa das aeronaves “desgastadas” que foram “escolhidas para reforço de frota”.
Num comunicado da comissão de empresa da Portugália, do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), a que o ‘Jornal de Negócios’ teve acesso, os pilotos da companhia do universo TAP relatam ainda dois incidentes durante voos recentes que resultaram em feridos “ainda em recuperação”, por causa de problemas dos aviões.
Perante esta situação, os pilotos dizem ainda que vão dar “conta das preocupações” às “entidades responsáveis”.
“A nova normalidade de cancelamentos e atrasos que passaram a caracterizar a nossa operação desde o passado mês de abril, não tem fim à vista. E com a entrada em serviço das desgastadas aeronaves escolhidas para reforço de frota, evidenciar-se-á o agravamento destas irregularidades e das pressões operacionais resultantes”, lê-se no documento a que o ‘Negócios’ teve acesso.
Esta é uma “realidade operacional incomum, sem paralelo na Europa” que “na maioria dos casos” resulta de aviões que estão “impedidos tecnicamente de operar ou, quando aptos a fazê-lo, que obrigam a restrições técnicas”, acrescenta o comunicado.
Os pilotos salientam ainda que na Portugália (hoje conhecida como TAP Express) trabalham em condições “duras” ao “nível operacional”, com “irregularidades” que “têm vindo a exercer uma crescente forma de pressão operacional nas tripulações”, que “esbarram de frente com as suas responsabilidades”.
No comunicado os pilotos criticam ainda o discurso da administração da TAP que consideram ser “desligado da realidade” com a “injustificada perpetuação dos cortes nos seus salários, tendo como pano de fundo os vários atos de esbanjamento de recursos financeiros”.
- Na imagem de abertura vemos um Embraer Jet 195-E1 operado pela Portugália ao serviço da TAP Express. Foto © TrueNoord.