O sindicato dos pilotos da Ryanair, denominado ‘Ryanair Pilot Group‘ (RPG), apresentou na semana passada, em Berlim, um estudo em que demonstra que a maioria dos pilotos da companhia de baixo custo irlandesa pretende abandonar o seu posto de trabalho, logo que lhe surja uma melhor oportunidade.
Esta conclusão é o resultado de um inquérito promovido pelo RPG entre os seus associados, ao qual responderam 1.100 profissionais (48% comandantes e 52% pilotos sem funções de comando). Entre os que responderam 72,6% disseram que sonham sair da companhia, e destes 30% pretendem fazê-lo ainda neste ano de 2014 e os restantes nos anos seguintes. A justificação para a saída é a sua desilusão com o sistema salarial (87,5% manifestaram directamente essa preocupação).
O RPG é um sindicato constituído por pilotos de linha aérea ao serviço da companhia irlandesa. Foi criado para defender os seus filiados de uma política laboral que a Ryanair tem seguido, sob protesto da maioria dos seus trabalhadores, referem os sindicalistas, que dizem ter consigo a maioria dos cerca de 3.000 pilotos que estão ao serviço da empresa.
Em Outubro passado numa conferência de imprensa em Paris, o RPG tinha provocado a ira da Administração da Ryanair ao denunciar que apenas 28% dos pilotos eram pagos pela companhia e os baixos salários que eram pagos, sobretudo aos pilotos que não têm qualificações de comando. Os restantes 72% dos pilotos, tal como a maioria do pessoal de cabina, são pagos por sociedades diversas criadas no sistema internacional de negócios irlandês, com poucas hipóteses de valerem direitos de progressão de carreira e de eventual continuidade na empresa. Agora, em Berlim, durante o Salão Internacional de Aeronáutica (ILA), o sindicato voltou a colocar a Ryanair nos títulos noticiosos por motivos menos agradáveis.
A administração da companhia não reagiu ao estudo revelado pelos pilotos e tem seguido a prática de não responder, já que não reconhecesse a existência do RPG.