Os pilotos e comissários de voo do Brasil filiados no Sindicato Nacional dos Aeronautas decidiram em reuniões de assembleia-geral, realizadas nesta sexta-feira, dia 29 de janeiro, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Campinas, exercer o seu direito de greve e proceder a uma paralisação parcial das atividades aéreas no país a partir do dia 3 de fevereiro.
A paralisação ocorrerá entre as seis e as oito horas da manhã nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont, Galeão, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza. Por via deste protesto, é provável que muitos dos voos programados para essa faixa horária venham a ser cancelados ou atrasados.
Pilotos e comissários de bordo das companhias aérea brasileiras reivindicam unicamente reajuste salarial que contemple a reposição da inflação no período de 1º de dezembro de 2014 a 1º de dezembro de 2015, ou seja, 11% de reajuste retroativo à data-base de 1º de dezembro de 2015, informa um comunicado do sindicato.
A última proposta das empresas aéreas, negada pelas assembleias, oferecia reajustes parcelados (3% em fevereiro de 2016, 2% em junho e 6% em novembro). Ou seja, os reajustes não seriam retroativos e só seriam finalizados já às vésperas do vencimento de mais uma data-base, deixando a categoria sem reposição da inflação.
Também foi deliberado pelos trabalhadores em protesto que a paralisação poderá ser suspensa pela categoria caso as empresas decidam oferecer, com prazo de até 12 horas antes do início do movimento paredista (18h do dia 2 de fevereiro), os 11% reivindicados, desde que retroativos a 1 de dezembro de 2015.
“Lamentamos ter que fazer uma paralisação por tão pouco, mas a categoria não pode ficar sem a reposição da inflação. Nós contamos com o bom senso das empresas aéreas para que transtornos sejam evitados”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Adriano Castanho.
Empresas aeroviárias dizem ter feito seis propostas que não foram aceites
Também o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) distribuiu na sexta-feira à noite um comunicado em que refere que “ao longo de todo o processo de negociação, iniciado em outubro do ano passado, as empresas aéreas fizeram seis propostas que buscavam atender às condições pedidas pelas entidades sindicais, mesmo em momento de retração econômica, queda significativa da demanda no transporte aéreo doméstico e forte aumento de custos de operação”.
Segundo o SNEA, a primeira proposta contemplava a garantia de emprego para todos os trabalhadores da aviação, e foi recusada. Na última delas, foi oferecido reajuste salarial que recompõe o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de forma parcelada aos trabalhadores da aviação, além de aumento de 11% retroativos a dezembro nos benefícios como vale alimentação, vale refeição, seguro de vida e diárias nacionais.
E finaliza o comunicado das empresas aéreas: “Todas as ações de contingência estão sendo adotadas pelas empresas para minimizar o impacto na operação aérea e manter a normalidade do sistema. A segurança da aviação civil e dos passageiros é valor fundamental das companhias. O SNEA lamenta os possíveis transtornos causados aos passageiros.”
- Foto: Página de Facebook do Sindicato Nacional dos Aeronautas
Greve,,,, com a queda no número passageiros, é oportunidade para mais desemprego/demissão.. Greve tiro no pé.