O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) do Brasil anunciou que na sua Assembleia Geral Extraordinária realizada ontem, quarta-feira , dia 14 de Janeiro, a categoria dos aeronautas (comandantes, copilotos e comissários) decidiu que a partir do próximo dia 22 deste mês fará paralisação de todas as descolagens entre 06h00 e as 07h00, em todos os aeroportos do país, em protesto contra a proposta considerada como inaceitável das empresas aéreas para a renovação da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), refere um comunicado oficial da estrutura sindical.
A paralisação continuará por tempo indeterminado e pode até ser intensificada, até que haja uma resposta positiva do SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), que agrupa as empresas donas de companhias de aviação comercial do Brasil.
Os aeronautas reivindicam, entre outras coisas, escalas de trabalho que gerenciem o risco de fadiga dos tripulantes, limitação dos períodos de trabalho nas madrugadas e jornadas menos extensas, condições que afetam diretamente a segurança de voo e a qualidade de vida destes trabalhadores.
Na questão económica, a categoria decidiu, também nesta Assembleia Geral Extraordinária, reduzir o pedido de reajuste salarial para 8,5%, tomando como base indicadores que demonstram o crescimento do setor aéreo — a demanda inicial era por 11% e depois caiu para 9%.
A nova proposta será apresentada ao SNEA, que até o momento oferece apenas 6,5% — ou seja, somente 0,17% de ganho real em relação ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou no dia 1 de Dezembro, data-base da categoria, em 6,33%. Em caso de negativa, fica mantida a greve convocada para começar a partir do dia 22 de Janeiro.
“Nosso objetivo não é apenas financeiro. As reivindicações sociais, relacionadas a escalas e jornadas de trabalho justas, são tão importantes quanto as económicas. Entendemos que elas não acarretam impacto para as empresas, e por isso consideramos intransigência o não atendimento destes itens”, diz o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Adriano Castanho.
“Inicialmente, a paralisação é de uma hora para trazer menos impacto para o público. A categoria está preocupada, além de garantir seus direitos, em manter o atendimento à sociedade”, pondera Castanho.
A assembleia decidiu também estender a assessoria jurídica disponibilizada pelo SNA aos aeronautas não associados, a partir desta quarta-feira, e por um período excepcional de até seis meses do fim da greve convocada.