Os candidatos a pilotos estão a completar a sua formação com um endividamento que pode ir até às 130.000 libras (177.000 euros), mais do triplo das dívidas dos estudantes universitários, denuncia a BALPA (British Airline Pilots Association), ao frisar que o elevado custo da sua formação, que muitos pilotos acabam por ter de financiar com empréstimos, constitui uma barreira enorme para os futuros pilotos. Antigamente, as companhias aéreas pagavam a formação dos seus pilotos, mas actualmente, muitos candidatos têm de cobrir os custos com empréstimos dos bancos ou da família. Enquanto um estudante universitário aspira a uma licenciatura com empréstimos de 35.000 a 40.000 libras (47.684 a 54.496 euros), um candidato a piloto irá endividar-se por 70.000 a 100.000 libras (95.368 a 136.240 euros) pela sua formação de base e sem garantia de emprego. E ainda terá de encontrar mais 30.000 libras (40.872 euros) para a formação em certos aviões específicos (type rating).
Em resultado, 32% dos pilotos da BALPA não recomendam a carreira aos jovens e a associação quer que as suas esperanças sejam realistas relativamente aos desafios que os pilotos enfrentam. A BALPA está a marcar presença em feiras de emprego e recrutamento para ajudar os futuros pilotos a comparar a realidade com o sonho. Está também a oferecer condições especiais de adesão aos pilotos em formação, como parte do projecto nextGen para os acolher na família dos pilotos e proporcionar apoio e orientação por parte de pilotos experientes.
A BALPA está igualmente a fazer lobby junto dos legisladores para incentivá-los a oferecer aos futuros pilotos mais apoio e protecção à qualidade dos padrões de segurança da profissão. A BALPA quer que a União Europeia erradique algumas das piores práticas de emprego que se estão a tornar mais comuns e está a incentivar as companhias aéreas a estabelecer contratos permanentes, evitando empregar pilotos através de agências de trabalho temporário ou contratos zero horas.
A BALPA alerta para o facto de que os rumores de uma falta de pilotos a nível mundial possam levar as pessoas a endividar-se na esperança de serem descobertos pelos recrutadores. O relatório “Boeing 2015 Pilot and Technical Outlook” prevê que a indústria da aviação necessite de mais de 500 mil novos pilotos nos próximos 20 anos, mas a BALPA pede cautela relativamente a esta projecção porque as companhias aéreas não têm estado a recrutar nos últimos anos e as escolas de aviação estão a graduar pilotos todos os anos aumentando a bolsa de pilotos sem trabalho.
O sonho de voar é muito caro. A frustação de jovens bate à porta todo instante…
Aqui no Brasil, a ANAC (reguladora da aviação brasileira), está oferecendo bolsas de estudos com as horas de vôo pagas pelo governo federal, para incentivar os jovens a tornarem-se pilotos. Esta previsão de falta é real.
Graças à Deus eu me realizei e ainda tenho sonhos a realizar.
Sou piloto de B737-NG em Gol Linhas Aéreas. Oportunidade esta me foi dada dentro da companhia. So tenho a agradecer esta maravilhosa empresa.
Boa sorte ao futuros pilotos!