A Unidade de Delinquência Económica e Fiscal (UDEF) da Polícia Nacional espanhola “está a investigar a Air Europa por uma presumível fraude com os subsídios que recebe dos residentes nas ilhas Canárias que voam para a Península Ibérica”. Os especialistas em crime económico terão descoberto “que a companhia aérea teria inflacionado de uma forma sistemática o preço dos seus bilhetes para receber mais ajudas do Ministério do Fomento”. As restantes empresas do grupo Globalia, como a Travelplan, Halcón Viajes e Viajes Ecuador também foram alvo de investigação, ao saber-se que poderão ter beneficiado indiretamente da presumida fraude, que consistia em declarar à Direcção-Geral da Aviação Civil tarifas superiores às que cobrava para levar mais dinheiro do desconto dos residentes, que ocupam cerca de 50% dos voos para os arquipélagos.
Os agentes da UDEF estimam que o montante presumivelmente sonegado ao Estado supera os 30 milhões de euros, embora o total definitivo possa ser mais elevado. As primeiras informações sobre este inquérito do Ministério do Fomento à Air Europa, por presumível fraude no desconto de residente, surgiram em Julho e centravam-se na análise de quase seis milhões de bilhetes emitidos pela companhia aérea do grupo Globalia nos últimos anos.
Na altura, a Air Europa minimizou a gravidade do assunto e assegurava que o Fomento não estava a fazer uma investigação, mas feito “um pedido de informação”. “Não é mais do que um rumor mal intencionado e provavelmente com intenções, ao qual não damos qualquer credibilidade. O que houve, há algum tempo, foi um pedido de informação do Fomento a todas as companhias que operam para as ilhas, pedido a que naturalmente demos resposta e do qual estamos à espera de uma resolução que não foi emitida até à data”, disse a companhia.