Foi entregue na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores uma petição, subscrita por mais de 2.500 assinaturas, a exigir o aumento da pista do Aeroporto da Horta, na ilha do Faial.
O documento, noticia nesta quinta-feira, dia 22 de junho, a agência de notícias ‘Lusa’, reivindica não apenas a construção de zonas de segurança nas cabeceiras da pista do Aeroporto da Horta, que tem apenas 1.700 metros de comprimento, mas também a melhoria das acessibilidades aéreas ao Faial, uma das nove ilhas do arquipélago português dos Açores, situado no Atlântico Norte, entre a Europa e o continente americano.
“Fazemos a entrega da petição sem ilusões. A atitude do Governo Regional nesta questão, nada mudou. O Governo começou com várias promessas há mais de década e meia, que até hoje não foram cumpridas”, refere o documento entregue no Parlamento.
Dejalme Vargas, primeiro subscritor do documento, em declarações aos jornalistas, lembrou que esta obra é uma “antiga reivindicação” da população do Faial, que chegou a manifestar-se publicamente fora do Parlamento dos Açores, em setembro do ano passado, para criticar a ausência de iniciativa por parte do Governo Regional.
A petição surge depois de o presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva, ter entregado ao presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, um estudo elaborado por um grupo de trabalho criado pelo município, que refere que a ampliação da pista do Aeroporto poderá custar 35 milhões de euros, menos de metade do valor inicialmente previsto.
Na altura, o chefe do executivo explicou que não compete à Região financiar a obra, mas sim à ANA Aeroportos (empresa que gere o Aeroporto da Horta), e eventualmente também ao Governo da República, argumentação que deixou desagradado o primeiro subscritor da petição, que entende que o Governo dos Açores “também devia financiar a obra”.
“Eu esperava que o Governo Regional assumisse as suas responsabilidades e forçasse os outros intervenientes nesta matéria”, realçou Dejalme Vargas, recordando que, quando um avião que faz a ligação entre Lisboa e a Horta não aterra, ou aterra mas deixa a bagagem dos passageiros atrás (devido às restrições de operacionalidade), “é a imagem dos Açores que está em causa”.
O peticionário lembrou ainda que, apesar de ter sido anunciado para o primeiro trimestre de 2017, o sistema RISE (de ajuda à aproximação e aterragem), ainda não está a ser utilizado no Aeroporto da Horta.
“Os voos da Azores Airlines e os passageiros que neles viajam de e para a Horta, continuam a ser fortemente penalizados pelas condições de operacionalidade do Aeroporto da Horta”, lamentou Dejalme Vargas.
A petição será agora apreciada pelos deputados, embora o primeiro subscritor não tenha “grandes expetativas” quanto ao resultado da discussão, afirmando, ainda assim, que tem a esperança de que “algum partido” possa assumir como sua a reivindicação apresentada pelos peticionários.
Recorde-se que o presidente do executivo açoriano já anunciou, em janeiro deste ano, que vai propor a alteração das obrigações de serviço público entre a Região e o Continente, no sentido de atrair mais operadoras para as gateways açorianas que não estão liberalizadas.
“O objetivo é tornar mais atrativa as rotas que estão sujeitas a serviço público (Faial, Pico e Santa Maria), de forma a, por esta via, poder granjear outras companhias e outros voos, que possam servir o Aeroporto da Horta”, adianto, na altura, Vasco Cordeiro, recordando que já colocou o assunto ao Primeiro-Ministro, António Costa.
Segundo explicou o presidente do Governo, o objetivo dessa alteração é garantir “mais frequências, mais voos, mais oferta”, e por via disso, “mais passageiros e mais visitantes” para os Açores.