O presidente executivo da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, S. A., empresa que celebrou na quinta-feira, 29 de junho, 99 anos de existência, considera que Portugal tem capacidade para ser “um estaleiro mundial de formação, com mão-de-obra especializada”.
Em entrevista exclusiva ao ‘NewsAvia’, registada durante o ‘Paris Air Show’, que decorreu no mês passado na capital francesa, Marco Tulio Pellegrini disse que um avião para voar precisa de manutenção, e uma vez que a indústria aeronáutica tem vindo a registar um crescimento acentuado, em todos os seus segmentos – comercial, executivo e de defesa – serão necessários mais técnicos habilitados.
“Quanto mais a indústria cresce, mais manutenção e mais pessoas serão precisas para efetuar essa manutenção, criando mais oportunidades de negócio”, refere Marco Pellegrini.
O presidente executivo da OGMA garante ainda que “Portugal tem muita mão-de-obra boa, tem boa formação, para poder competir e oferecer soluções para o mercado.”
“ Portugal pode, por exemplo, ser um centro de manutenção para os países da África, Médio Oriente, e até mesmo dentro da Europa. É um país acolhedor que é muito bem visto a nível internacional, nomeadamente no aspecto turístico, e é um país neutro em questões políticas. Portugal tem características e condições para cativar mais clientes da aviação e oportunidades, para utilizar melhor os recursos e crescer mais nesse negócio”, acrescenta.
Criada em 1918, a actual OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, S. A. assenta a sua atividade em duas áreas de negócio: manutenção (MRO), reparação e revisão-geral de aeronaves e de motores e componentes de aviação comercial, executiva e de defesa, e fabrico de estruturas, como asas e fuselagens para aeronaves.
Com um portefólio bastante grande e com quase 1.800 trabalhadores de elevado nível técnico e de formação, o objetivo da empresa passa por continuar a crescer em todos os negócios. Para isso “é necessário que se tenha um programa em conjunto com outras entidades portuguesas que garantam uma formação e mão-de-obra especializadas, para que se mantenha o ritmo de crescimento, que hoje em dia se verifica”, considera Marco Tulio Pellegrini.
Sobre a relação da empresa com a Pilatus Aircraft, o responsável pela OGMA adianta que a construtora suíça está satisfeita, recordando que já foram produzidas 1.400 fuselagens.
Já sobre o maior avião de passageiros, construído pela fábrica brasileira Embraer, o E2, Marco Tulio Pellegrini refere que a empresa ganhou a produção em Portugal de alguns conjuntos de peças.
Localizada em Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa), a OGMA é detida, desde 2005, em 65% pela Embraer e em 35% pela EMPORDEF – Empresa Portuguesa de Defesa (SGPS), S. A..