A empresa portuguesa de handling Portway acusa o Sindicado Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) de “ter sucessivamente recusado compromissos que permitem melhorar as condições remuneratórias dos trabalhadores, dentro das possibilidades da empresa”.
A posição da Portway surgiu nesta segunda-feira, dia 4 de abril, depois da empresa estar confrontada com um pré-aviso de greve dos associados do SINTAC, que ameaçam com uma paralisação total de três dias, no fim-de-semana da Páscoa, ou seja, a 15, 16 e 17 de abril (LINK notícia relacionada).
“Os argumentos do SINTAC são falsos, nomeadamente quando diz que a empresa não cumpre com os pagamentos de feriados, com a evolução das carreiras ou que 90% dos trabalhadores teve nota negativa nas avaliações”, diz a empresa de handling aeroportuário, que é controlada pela ANA – Aeroportos de Portugal, concessionária de 10 aeroportos nacionais.
A Portway diz que “é importante sublinhar que o diálogo que a empresa tem mantido com vários sindicatos, incluindo o SINTAC, com quem tem acordos de empresa em vigor”, pelo que apresentou as seguintes propostas:
- Atualização de tabela salarial;
- Atualização do valor das diuturnidades;
- Atualização do valor dos feriados em escala;
- Suspensão das avaliações e anulação dos seus efeitos.
“Mais uma vez, a ameaça de greve paira sobre um dos momentos do ano mais importantes para a recuperação económica de um setor que luta com as enormes perdas acumuladas de dois anos de pandemia”, lamenta a empresa que realça o facto de colocar “em causa a operação da Portway na Páscoa, esta greve contribui para dificultar ainda mais a sobrevivência da empresa. E sem qualquer motivo que o justifique, como fica claro”.
Neste contexto, a Portway sublinha:
- A disponibilidade e persistência da empresa para encontrar soluções e chegar a um acordo, apesar da precária situação financeira em que se encontra;
- A falta de disponibilidade do SINTAC para chegar a compromissos que permitam melhorar as condições remuneratórias dos trabalhadores, dentro das possibilidades da empresa;
- A impossibilidade de se conseguir um consenso com todos os sindicatos, coloca em causa a estabilidade da empresa e cria dificuldades no dia-a-dia, desequilibrando princípios de equidade interna.
Por último, a Portway reconhece “todo o esforço efetuado pelos seus colaboradores e apela ao bom senso nesta situação” e “assume ainda o compromisso de partilhar com todos o resultado da recuperação do mercado, que ainda é possível que se venha a verificar até ao final do ano”.