Portway mantém abertura para prosseguir diálogo com trabalhadores grevistas

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A Portway, empresa de ‘handling’ (assistência em terra nos aeroportos), cujos trabalhadores iniciaram nesta sexta-feira, dia 27 de dezembro, uma greve de três dias, diz que a “incoerência” do sindicato que convocou a paralisação “ameaça a empresa”.

Os responsáveis pela gestão da empresa, que pertence ao Grupo Vinci, também dono da ANA – Aeroportos de Portugal, distribuíram ao fim da tarde um comunicado no qual classifica esta ação de protesto de “incompreensível, sem fundamentos” e garante que “prejudica a empresa e consequentemente os seus trabalhadores”.

A Portway realça ainda que “está empenhada em minimizar os impactos desta paralisação, cumprindo escrupulosamente a lei e todas as regulamentações e acordos aplicáveis”, recordando que “negociou com todos os representantes sindicais da empresa e com o próprio SINTAC [Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil] um novo AE [acordo de empresa], no passado mês de julho, acordo esse que mereceu o aval positivo de todos”.

No dia 20 de dezembro, o SINTAC anunciou um pré-aviso de greve na Portway para os três dias do fim-de-semana nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira.

Em comunicado divulgado na altura, o SINTAC indicou que decidiu avançar com o referido pré-aviso de greve na Portway, porque a empresa, “através dos seus administradores pertencentes ao grupo Vinci, respondeu com a denúncia do acordo de empresa em vigor, e não cumpriu o devido descongelamento de carreiras no passado mês de novembro conforme tinha assinado em 2016”.

A Portway garante que “procedeu em novembro à aplicação das tabelas remuneratórias convencionadas e à aplicação das restantes condições remuneratórias previstas no acordo de empresa em vigor, o que representou um aumento médio de cerca de 8% nas remunerações”.

“Apesar disto, e incompreensivelmente, o SINTAC recusou-se a assinar o novo AE que tinha negociado, impossibilitando a recuperação das retribuições de todos os colaboradores da empresa e a obtenção de um instrumento de regulamentação do trabalho único e com vantagens importantes para os trabalhadores”, critica a empresa.

A Portway acusa depois o SINTAC de “incoerência”, o que considera ser de “uma enorme gravidade porque inviabilizou um AE global, ameaça o futuro da empresa, tem graves consequências nas operações aeroportuárias e famílias que utilizam o transporte aéreo na quadra natalícia, prejudicando inclusivamente o turismo e a economia do país”.

A empresa garante que “mantém disponibilidade total para retomar o diálogo com todos os parceiros sociais no sentido de chegar a um acordo que permita acabar com a paralisação decretada”, assegurando que “nunca recusou negociar e manteve sempre o calendário das negociações”.

“Foi o SINTAC que em determinada altura recusou manter a negociação que estava a decorrer com os restantes sindicatos”, acusa.

A greve dos trabalhadores da Portway já levou ao cancelamento de voos da EasyJet no aeroporto de Lisboa e o SINTAC adiantou à agência de notícias portuguesa ‘Lusa’ que “há perspetivas de mais cancelamentos”.

 

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