O Presidente da República de Cabo Verde disse nesta segunda-feira, dia 22 de abril, que a situação dos transportes aéreos no arquipélago é “caótica”, prejudicando “enormemente” o país, e pediu às autoridades “medidas urgentes”.
“A situação dos transportes [aéreos] em Cabo Verde é caótica e tem prejudicado enormemente o País. Considero fundamental que as autoridades competentes deem uma satisfação, tendo em atenção a gravidade que põe em causa não só a economia nacional, mas também a própria segurança nacional”, afirmou José Maria Neves.
O chefe de Estado considera necessário mostrar “claramente” à sociedade, aos cidadãos e às empresas uma “resolução definitiva e sustentável”.
“Estou extremamente preocupado com o que se verifica nos últimos dias e é tempo de pormos fim a este caos, sob pena de prejudicarmos irremediavelmente o País. Não podemos continuar nesta situação de não haver ligações entre as ilhas, pondo em causa a coesão do País, a mobilidade de pessoas e a produtividade das empresas”, lamentou.
O Presidente da República sublinhou que, por falta de ligações entre as ilhas, “houve problemas” na realização dos jogos da Taça de Cabo Verde em futebol e outras “realizações importantes” estão a ser prejudicadas.
“O Governo tem de agir e dizer aos cabo-verdianos o que é que vai fazer, dando garantias e recuperando a esperança do país”, reforçou.
Minutos antes, em conferência de imprensa, o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Rui Semedo, disse que “o Governo tem aparecido nos momentos da chegada dos chamados parceiros, com festas, comemorações, mas nos momentos das dificuldades e das despedidas não”.
“Nestes oitos anos, é a terceira companhia a despedir-se de Cabo Verde, em situações preocupantes”, acrescentou, dando como certa a saída da Bestfly do arquipélago.
“Já começamos a duvidar se são as operadoras ou se é o Governo que não tem conseguido dar respostas adequadas”, referiu.
A companhia aérea angolana Bestfly, através da TICV, tem a concessão dos voos interilhas, mas suspendeu os voos no início de abril, após meses de degradação do serviço por falta de aviões.
No final de fevereiro, face aos problemas e queixas da população, a companhia estatal Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), dedicada aos voos internacionais, alugou aviões e começou a operar entre as ilhas numa tentativa de minimizar o problema, que tem persistido.