Michael O’Leary, presidente executivo da Ryanair, diz que Portugal vai perder no turismo para a Espanha e culpa as taxas elevadas dos aeroportos e a delonga na abertura do anunciado Aeroporto Complementar do Montijo (LINK notícia relacionada).
“O governo tem o papel de dizer que quer o Montijo aberto em 2019”, defendeu polémico líder da maior companhia europeia de baixo custo, durante uma conferência de imprensa realizada em Lisboa, na quarta-feira, dia 17 de maio.
“Nem em 2020, nem 2021, precisamos que esteja aberto mais cedo, [porque] de outra forma, Portugal e Lisboa vão perder crescimento, que irá para os aeroportos espanhóis, como Málaga ou Valência, que estão a baixar as suas taxas”, justificou.
“São campeões no futebol, são agora campeões a cantar na Eurovisão, mas vão perder tráfego e turismo para Espanha… e Portugal odeia perder para Espanha”, frisou Michael O’Leary.
David O’Brien, responsável pelas operações comerciais da companhia irlandesa de baixo custo, apresentou a Madeira como exemplo da concorrência entre os aeroportos portugueses e espanhóis, dizendo que “a Ryanair não voa para a Madeira porque custa 33 euros por passageiro, enquanto Lanzarote custa 15”. “Isso é resultado de fazer parte de um monopólio”, acrescentou.
Os executivos da Ryanair estiveram em Lisboa para reforçar uma perspectiva já avançada por Michael O’Leary em finais de Fevereiro, de que o Montijo poderia estar aberto mais cedo que a data prevista de 2021 e que deveria ser outro operador a gerir o novo aeroporto, porque “a concorrência funciona”.
Este Verão a Ryanair tem seis novas rotas em Lisboa, designadamente Bolonha, Glasgow, Luxemburgo, Nápoles, Toulouse e Breslávia, e avançou que prevê transportar de/para a capital este ano 3,2 milhões de passageiros.
Em 2016, a Ryanair foi a segunda maior companhia aérea no Aeroporto de Lisboa, com 2,5 milhões de passageiros em 14,6 mil voos, representando aumentos em 12,5% em número de passageiros e em 9,2% em número de voos.
No primeiro trimestre deste ano, com 639.540 passageiros, a low cost está com um aumento em 7,5%, abaixo do crescimento médio do tráfego em voos regulares de/para Lisboa, que teve um aumento em 21,4%, para 5,16 milhões de passageiros.
Assim, ao contrário dos prognósticos do seu presidente executivo, a Ryanair no primeiro trimestre viu a TAP distanciar-se, com a companhia portuguesa a crescer 30,1% e a alcançar uma quota de mercado de 51,6%, enquanto a low cost baixa para 12,3%.
- Texto e foto: PressTUR, agência de notícias de turismo e viagens