Presidente do Sindicato dos Pilotos portugueses demitiu-se

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O comandante de linha aérea Manuel Santos Cardoso pediu a demissão esta quinta-feira, do cargo de presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) depois de seis meses no cargo.

Segundo relata a imprensa portuguesa, o pedido de renúncia  foi apresentado ao presidente da mesa do sindicato, Alfredo Mendonça, que aceitou de imediato. A demissão acontece semanas depois da polémica greve dos pilotos da TAP, que ocorreu no início do corrente mês de Maio e que afectou toda a operação da TAP Portugal e da PGA Portugália Airlines durante dez dias, com evidentes prejuízos para o grupo aéreo português, presentemente a passar por uma fase de privatização de 66% do seu capital.

Alfredo Mendonça desconvocou a Assembleia Geral que estava marcada para o próximo dia 2 de Junho e afirmou, em declarações ao canal televisivo RTP que o “novo processo para eleição dos órgãos do SPAC terá início imediatamente e decorrerá nos prazos mínimos permitidos pelos Estatutos”. A eleição deverá ocorrer entre 29 de Junho e 3 de Julho e a tomada de posse, a 7 de Julho.

Nesta sexta-feira, dia 29 de Maio, pela manhã, a imprensa portuguesa publicou um despacho da agência noticiosa Lusa, que reproduz partes de uma carta enviada pelo presidente demissionário aos associados do SPAC, em que afirma que se entregou “totalmente à causa dos pilotos” e em todos os momentos enfrentou “estoicamente as adversidades”.

Santos Cardoso diz que os motivos da renúncia “pouco” importam, garantindo que nos cerca de seis meses em que liderou o SPAC deu o seu melhor, “em condições bastante adversas, (…) sem ceder a pressões externas, nem a interesses particulares”.

“Sobre os motivos desta renúncia, pouco importa. O passado não se pode mudar. Mas o futuro está à nossa frente e não parece que vá ser um futuro fácil”, lê-se na comunicação a que a Lusa teve acesso.

O presidente cessante do SPAC adianta que, quando se candidatou e venceu as eleições para o sindicato, sabia que ia ter que enfrentar “obstáculos formidáveis”, realçando que, “apesar de todas as dificuldades e incompreensões, as deliberações foram integralmente cumpridas, no pleno respeito pelos estatutos e pelos presentes nas assembleias em causa”.

O comandante da TAP foi eleito presidente do SPAC em Outubro, derrotando as duas listas concorrentes, e iniciou em meados de Novembro o mandato de dois anos.

Nestes seis meses, a única vez que Santos Cardoso apareceu publicamente foi em entrevista à Lusa, na semana que antecedeu a greve de dez dias, para defender as razões dos pilotos avançarem com este protesto, que acabou por ter uma adesão abaixo do esperado pelo SPAC, tendo-se realizado cerca de 70% da operação da TAP.

Antes, em Dezembro, representou o SPAC nas negociações com o Governo e com a administração da TAP que levaram à constituição de um grupo de trabalho que negociou a inclusão de um conjunto de cláusulas no caderno de encargos à privatização da transportadora aérea, condição para desconvocar uma greve entre o Natal e o Ano Novo.

Na véspera de Natal, o SPAC foi um dos nove sindicatos da TAP que desconvocaram a greve marcada para os dias 27 a 30 de Dezembro.

Em meados de Abril, os pilotos acabam por romper com este acordo, alegando que o Governo estava a desrespeitar o acordo de 1999 – que lhes dava uma participação na companhia em caso de privatização – e de pretender incumprir o negociado quatro meses antes. Em assembleia-geral, os pilotos da TAP aprovaram uma greve de 10 dias, com início a 1 de Maio.

Santos Cardoso reconhece que “a direcção poderia ter adoptado a postura mais confortável de iludir os pilotos sobre os riscos futuros e nada ter feito ou proposto”. “A nossa consciência não o permitiu. Cumprimos com integridade o nosso dever e alertámos os pilotos, em devido tempo, para todas as ameaças que despontam no horizonte”, acrescenta na carta enviada aos associados.

De saída, alerta que “o Governo e as administrações vão continuar a querer impor as responsabilidades que eles próprios não querem assumir e, em concreto, querem iludir-nos com esta privatização do grupo TAP”, deixando um apelo à união da classe profissional.

  • Notícia actualizada na sexta-feira, dia 29 de Maio, pelas 13h30 UTC
  • Ver notícias de arquivo sobre a greve dos pilotos no Grupo TAP AQUI

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