Presidente executiva da TAP considera ter condições para se manter no cargo

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Christine Ourmières-Widener, presidente executiva (CEO) da TAP diz ter condições para se manter no cargo e revelou que a companhia aérea já foi contactada pela Inspeção-Geral de Finanças e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre o processo de indemnização de Alexandra Reis, ex-administratora executiva da companhia, depois nomeada presidente do Conselho de Administração da NAV – Navegação Aérea de Portugal, e, mais tarde, secretária de Estado do Tesouro.

“Tenho condições para ser CEO da TAP porque temos agido de boa-fé, completamente de boa-fé ao contratarmos aconselhamento jurídico [externo] e pedirmos a autorização [para a indemnização]”, a responsável pela gestão da companhia aérea portuguesa, nesta quarta-feira, dia 18 de janeiro, na Assembleia da República.

A presidente executiva da TAP falava na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, numa audição requerida pelo partido Chega, para prestar esclarecimentos sobre a indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis,.

Depois de ter sido questionada pelo deputado do PSD Hugo Carneiro, Christine Ourmières-Widener confirmou que a TAP já foi contactada pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF) e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre o processo de indemnização de Alexandra Reis.

“Iremos entregar toda a informação de forma transparente. Fomos contactados por todas as entidades. O processo está em curso e as nossas equipas estão a assegurar-se de que fornecemos informação transparente”, referiu.

A presidente executiva da TAP sublinhou que aquelas entidades têm “feito perguntas”, já tendo havido uma “segunda ronda de questões”, e a TAP está “a trabalhar” e irá “fazer tudo ao seu alcance” para dar “informação à medida” que é solicitada.

Christine Ourmières-Widener reiterou que a TAP irá esperar pelos resultados da investigação da IGF para retirar ilações, mas não descartou uma eventual devolução da indemnização de Alexandra Reis.

“Se algum dinheiro tiver de ser devolvido, vamos fazer o que for necessário, e fá-lo-emos de maneira diligente”, garantiu.

Nesta audição, Ourmières-Widener assegurou ainda que não foi informada da nomeação de Alexandra Reis para a NAV: “Só soube da sua nomeação para a NAV ao ler os jornais. Essa é a realidade”, frisou.

A presidente executiva da TAP garantiu ainda que não teve “nenhuma discussão” com o ministro das Finanças, Fernando Medina, sobre a indemnização de Alexandra Reis.

“Não tive nenhuma discussão direta [com Medina], desde dezembro tem sido difícil… Mas tenho a certeza de que o único conselho que o ministro da Finanças me vai dar é para dizer a verdade e só a verdade” sobre o caso, referiu.

Interrogada pelo deputado do PS Carlos Pereira se o ‘chairman’ da TAP, Manuel Beja, estava a par e acompanhou o processo de indemnização de Alexandra Reis, Ourmières-Widener respondeu que foi informado da “primeira” e da “última” proposta de indemnização.

“Também teve contacto direto com o secretário de Estado da Infraestrutura. (…) Eu fui quem esteve em contacto direto com o advogado. Não tive discussão direta com Alexandra Reis, foi feito de advogado para advogado”, sublinhou.

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