Primera Air Nordic e Primera Air Scandinavian declaram bancarrota

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As companhias aéreas nórdicas Primera Air Nordic e Primera Air Scandinavian anunciaram nesta segunda-feira, dia 1 de outubro, que entraram em bancarrota, e deixarão de voar à meia-noite desta terça-feira, dia 2 de outubro.

A notícia foi adiantada nas redes sociais e nalguns media da Europa do Norte, e foi obtida através de uma carta enviada pelo diretor de operações da Primera Air, Anders Ludvigsson, que informou o seu pessoal deste momento bastante dramático para todos quantos trabalham nas empresas.

A decisão foi tomada na manhã desta segunda-feira, dia 1 de outubro, em reunião do Conselho de Administração, realizada na sede do grupo aéreo, em Riga (Letónia).

Ao fim da tarde a administração da Primera Air distribuiu um comunicado no seu site e nas redes sociais em que confirma a notícia e afirma que esta falência resulta de três factores principais que têm afetado o grupo aéreo nos últimos dois anos:

  1. Em 2017 um problema de corrosão num avião [um Boeing 737-800] obrigou a que a companhia tivesse de assumir a reconstrução do aparelho, que teve um custo de cerca de 10 milhões de euros;
  2. No corrente ano a companhia estava pronta para arrancar em força com uma campanha de voos transatlânticos de baixo custo, diretos, com partida de diversas capitais europeias para os Estados Unidos, utilizando aviões Airbus A321neo, mas até agora só recebeu cinco aviões que entraram imediatamente ao serviço, número que os responsáveis pela Primera Air consideram incapaz para dar resposta à procura existente no mercado. A entrega destes aviões tem sido atrasada pela Airbus devido a problemas no fornecimento de motores;
  3. Por esta segunda razão a Primera Air foi sujeita a atrasos e incumprimentos que levaram a um aumento da factura de custos operacionais em mais de 20 por cento do que o orçamentado, e numa ocasião em que há maior procura de aparelhos disponíveis para alugueres não programados, por isso os preços dos ACMI estão mais caros e menos disponíveis.

Anders Ludvigsson diz na missiva enviada aos seus funcionários que está ciente que da sua parte e dos seus colaboradores tudo foi bem feito, contando as companhias com excelentes referências dos passageiros e com um também excelente desempenho operacional. O problema esteve na parte económico-financeira, que falhou. O dono das companhias tentou até hoje encontrar novos investidores, mas isso não foi possível e não há mais margem para espera.

A declaração oficial de bancarrota é válida a partir da meia noite desta segunda-feira, escreve Anders Ludvigsson. Uma posição que foi confirmada pela Administração no comunicado oficial distribuído mais tarde.

A Primera Air existe desde há 14 anos. Foi constituída por um empresário islandês que é dono de um operador turístico na Dinamarca, a Primera Travel. Cresceu bastante transportando turistas ao serviço de operadores escandinavos, dos países bálticos e do norte da Europa para praias do sul. Desde o ano passado que anunciou um novo segmento de mercado dedicando-se ao baixo custo, nomeadamente nos voos transatlânticos.

A Primeira Air trabalhava com duas designações, a que correspondiam dois Certificados de Operador Aéreo independentes: a Primera Air Scandinavian, com sede em Billund (Dinamarca) e a Primera Air Nordic com sede em Riga, na Letónia. A Administração da holding está na Letónia. Encerrou com uma frota de 15 aviões, sendo 10 Boeing 737-800 com uma idade média elevada e cinco Airbus A321neo, todos recebidos de fábrica neste ano.

Milhares de passageiros encontram-se agora sem transporte em diversas cidades europeias e norte-americanas. A companhia tinha abandonado há poucas semanas a base de Birmingham e presentemente fazia voos transatlânticos para Nova Iorque e Washington à partida de Londres/Stansted em aviões Airbus A321neo. No passado mês de setembro tinha anunciado a abertura de outros voos para os EUA à partida da Alemanha.

Na Europa os passageiros que ficaram sem transporte de regresso ou que estão sem transporte para as suas próximas férias, compraram pacotes de viagens a operadores turísticos, pelo que têm assegurado o seu voo de regresso, que será da responsabilidade do operador. Pior estarão os passageiros que viajaram para e dos EUA, sem quaisquer garantias de regresso, nem tão pouco de reembolso dos valores já pagos.

 

  • Notícia atualizada – 21h15 UTC

 

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