Programa de aviação regional no Brasil impulsiona turismo e baixa passagens aéreas

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Vai ficar mais fácil e ainda mais prazeroso conhecer o Brasil. Por meio do programa de aviação regional, a Secretaria de Aviação Civil vai investir direta ou indiretamente na reforma ou construção de aeroportos nas 34 cidades consideradas estratégicas para o turismo brasileiro fora das capitais do País, segundo o Ministério do Turismo. Alguns destinos, antes cortados dos planos do fim-de-semana pela dificuldade de transporte, vão ficar acessíveis graças ao investimento na infraestrutura aeroportuária e aos incentivos às companhias aéreas.

Uma das premissas do programa de aviação regional é permitir que 96% da população esteja a, no máximo, 100 quilómetros de um terminal moderno. Com o investimento, o número de aeródromos que atendem os destinos turísticos do Brasil vai quase dobrar – 13 aeroportos operam voos comerciais atualmente. O movimento nos terminais que já operam nesses locais vai triplicar, passando de 6 milhões de passageiros em 2012 para 18 milhões em 2025.

Dentro deste recorte do Turismo, os aeroportos de 28 cidades receberão investimentos diretos do governo federal. Ou seja: reforma em terminal de passageiros, pátio de aeronaves, pista de pouso e etc. Os outros seis serão atendidos pelo aeroporto da cidade mais próxima. Este é o caso, por exemplo, de Búzios (Estado do Rio de Janeiro). O aeroporto de lá não receberá investimentos deste programa, mas quem quiser chegar às praias e resorts paradisíacos vai poder pousar em Cabo Frio, distante apenas 50 quilómetros, e não mais no Rio de Janeiro, que fica a quase 200 quilómetros da cidade.

 

Praia da Ferradurinha, em Búzios, no Estado do Rio de Janeiro.
Praia da Ferradurinha, em Búzios, no Estado do Rio de Janeiro.

Desenvolvimento económico com criação de empregos

A instalação de um aeroporto garante o desenvolvimento económico de toda a região com a geração de empregos. Quando estiverem prontos, esses aeroportos vão manter pelo menos mil empregos diretos e indiretos na operacionalização dos serviços – isso sem contar os empregos oriundos do comércio, do turismo, de negócios e outros serviços agregados a um terminal de passageiros, que ainda não é possível dimensionar.

Dos 28 aeroportos que receberão investimentos diretos, 12 estão em fase intermediária no programa: em estudo preliminar. Sete estão avançados, aguardando apenas a liberação da licença ambiental por parte dos Estados para o início do processo de licitação.

Segundo o ministro da Aviação, Eliseu Padilha, o turismo foi um dos principais motivos para o desenvolvimento do programa de aviação regional. “Queremos garantir a expansão da malha para integração do território nacional, desenvolvimento dos polos regionais, fortalecimento dos centros de turismo e a garantia do acesso das comunidades isoladas à saúde e inclusão social”, explicou.

Três cidades vão contar com aeroportos construídos do zero: Ouro Preto (Minas Gerais), Maragogi (Alagoas), Maraú (Bahia) e Gramado (Rio Grande do Sul). Nos demais casos, será possível aproveitar a infraestrutura já existente. Dos 28 existentes, 17 não contam com voos regulares.

 

Passagens tornar-se-ão mais baratas

Além do investimento em infraestrutura aeroportuária, o governo federal vai garantir mais opções de voos e passagens mais baratas aos turistas por meio do programa de subsídios. O governo vai comprar assentos nos voos. Dessa forma, eles se tornam rentáveis para as companhias e as empresas conseguem oferecer preços inferiores à população. Hoje, uma passagem que sai ou chega em aeroporto regional chega a ser até 31% mais cara que as rotas entre capitais.

A lei que trata deste tema foi aprovada neste ano no Congresso Nacional e agora aguarda regulamentação da Presidência da República. A Amazónia Legal será a região mais beneficiada. Além de ser uma das principais belezas naturais do Brasil, depende do transporte aéreo para garantir os direitos básicos à população.

 

Aeroporto de Porto Seguro, no Estado da Bahia.
Aeroporto de Porto Seguro, no Estado da Bahia.

 

População brasileira pretende voar mais no País no futuro

As melhorias percebidas pela população na infraestrutura aeroportuária depois da Copa do Mundo e a alta do dólar estão entre os fatores que justificaram a maior intenção da população em viajar pelo próprio Brasil nos últimos dez anos. Segundo levantamento do Ministério do Turismo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas feito em abril deste ano, 77,4% dos entrevistados demonstraram o interesse em conhecer os atrativos nacionais. Os demais ainda escolhem destinos internacionais ou não demonstraram preferência.

O crescimento é de 11,2% em relação a abril de 2014. Os baianos e os brasilienses encabeçam a lista dos mais interessados em conhecer mais destinos brasileiros. O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, acredita que o programa de desenvolvimento regional pode estimular ainda mais os brasileiros a conhecer os destinos turísticos do País. “Num país de dimensões continentais como o Brasil, a aviação regional tem papel fundamental no desenvolvimento do turismo”, avaliou. “O governo tem se empenhado em criar condições para o brasileiro conhecer melhor o próprio País e transformar o desejo em realidade”, completou.

O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (ABAV), António Azevedo, também acredita que o programa será uma revolução na aviação civil brasileira e vai impactar positivamente no turismo brasileiro. “A falta do transporte aéreo inibe o desenvolvimento turístico de alguns destinos. A tendência é que as pessoas façam cada vez mais viagens curtas e, então, se elas perdem muito tempo no trajeto, ficam menos tempo no destino. Ninguém quer isso”, defendeu.

 

Pôr-do-sol na Praia de Jericoacoara, no Estado do Ceará.
Pôr-do-sol na Praia de Jericoacoara, no Estado do Ceará.

 

Essa foi a justificação do empresário Raphael Fontoura, 27 anos, de nunca ter ido à famosa praia de Jericoacoara, no Ceará, apesar de morar em Fortaleza há dez anos. “Além de ser longe da capital, o acesso é só por 4×4. Então você tem que ir com tempo para aproveitar a estadia, porque a chegada e a saída da praia tomam um bom tempo do fim-de -semana ou do feriado”, explicou. Segundo ele, muitos turistas preferem ficar nas praias de Cumbuco ou na Praia do Futuro, que têm acesso facilitado. “Jericoacoara é uma cidade conhecida internacionalmente. A melhoria no acesso vai incrementar muito o turismo ali”, acredita Raphael.

A expectativa do prefeito de Jijoca de Jericoacoara, Francisco Oliveira, é que o número de turistas cresça e a “Rota das Emoções”, formada por cidades turísticas no Piauí, Ceará e Maranhão, seja fortalecida. Atualmente, a praia cearense só fica atrás (como parque nacional) de Foz do Iguaçu (PR), que recebe 1,3 milhão de turistas por ano. A média anual de ‘Jerí’, como é chamada pelos brasileiros, é de 700 mil. “Além de incrementar o turismo, a instalação do aeroporto vai desafogar o Pinto Martins, em Fortaleza. Só temos a comemorar”, destacou o prefeito.

 

  • Texto distribuído pela Assessoria de Imprensa da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República Federativa do Brasil.

2 COMENTÁRIOS

  1. Jose Luiz voce deveria se informar melhor pois ja tem varios aeroportos regionais neste programa do governo, inclusive vou citar dois que tenho conhecimento de causa porque passei por eles recentemente…ambos no estado da Bahia, o de Guanambi em fase final de ampliação e o de Vitoria da conquista com 70% ja concluido e com construção do zero , pois o antigo não tinha possibilidade de ampliação e adquação, se informe melhor antes de criticar

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