José Ramos-Horta, presidente eleito da República Democrática de Timor-Leste, sugere que Portugal deve procurar ser “mais ágil” na sua cooperação com Timor-Leste, promovendo o interesse dos empresários portugueses em investir no País, aproveitando a porta de entrada para outros países da Ásia e Oceânia.
Numa entrevista concedida ao correspondente da agência portuguesa de notícias ‘Lusa’ no território, o carismático líder timorense e Prémio Nobel da Paz, dá como exemplo o “impecável trabalho” que tem sido feito pela companhia aérea portuguesa Euro Atlantic Airways, com vários voos por ano para Timor-Leste, que são “caríssimos porque ninguém os apoia”.
“E não me venham dizer que outras companhias não têm financiamento dos Estados. Portugal, Macau e Timor-Leste deviam apoiar a Euro Atlantic a fazer voos regulares Lisboa-Macau-Díli, que comercialmente é totalmente viável”, disse José Ramos-Horta.
Esta e muitas outras questões, umas de carácter económico e outras de alcance social, mas todas tendo em vista o desenvolvimento de Timor-Leste, serão tema das conversas que terão lugar em Díli, no próximo mês de maio, por ocasião da cerimónia de posse de Ramos-Horta, que está marcada para o dia 20.
A presença (já confirmada) de Marcelo Rebelo de Sousa e, eventualmente, de algum membro do Governo Português serão aproveitadas para pedir ajuda na mobilização de investidores portugueses para o País, a pensar nas potencialidades regionais.
José Ramos-Horta quer mobilizar, através das mais altas entidades políticas portuguesas os investidores nacionais para Timor-Leste, incluindo os bancos portugueses para que ajudem e apoiem os investimentos portugueses e europeus no País
“Não é filantropia. Temos um mercado de 700 milhões de pessoas e Timor-Leste é o trampolim e é do interesse pragmático”, explicou o político timorense na sua entrevista à ‘Lusa’.
Na cerimónia de posse que se realizará em Díli, no dia 20 de maio, estarão presentes várias individualidades internacionais, com destaque para o Chefe de Estado de Portugal, esperado no território dois dias antes do evento.
“Há muitos anos que não temos a visita de um chefe de Estado português, mas Portugal está sempre presente. Felizmente Portugal, embora longe, tem sido um amigo seguro em tempos maus, em tempos bons. Portugal tem estado sempre connosco e é a porta de Timor para a Europa”, referiu o novo Chefe de Estado de Timor-Leste.