Cerca de 3.000 militares e 40 aeronaves de várias forças militares portuguesas e estrangeiras participaram no Real Thaw 2015 (RT15), que decorreu de 23 de fevereiro a 6 de março a partir da Base Aérea Nº11 (BA11), em Beja.
O exercício organizado pela Força Aérea Portuguesa (FAP) tem por objetivo avaliar e certificar a capacidade operacional da FAP, garantindo que as forças participantes estejam prontas para cumprir as missões que lhe são atribuídas, na defesa dos interesses nacionais e das alianças internacionais de que Portugal faz parte.
Para tal são criados cenários fictícios com situações realistas e complexas, no ar e em terra, que devem ser superadas com sucesso pelas forças participantes. Sendo um exercício tático que envolve vários meios, participaram também outras forças como a Marinha e o Exército Português às quais se juntaram forças militares de Espanha, Dinamarca, Holanda, EUA e NATO.
As ações desenrolaram-se maioritariamente na zona Norte e no Centro do país tendo como Base Aérea Tática, o Aeródromo Municipal de Seia, que serviu de apoio às operações aéreas e terrestres que se realizaram na região.
Os repórteres da NewsAvia tiveram oportunidade de acompanhar uma missão realizada na zona da Serra da Estrela, a partir do Aeródromo Municipal de Seia, que serviu de “Base Aérea Tática” neste exercício e que envolveu os helicópteros Alouette III da FAP e as tropas paraquedistas do Exército. A missão serviu inicialmente para os militares treinarem os procedimentos de entrada e saída da aeronave em segurança, seguindo-se um voo a baixa altitude com uma duração de cerca de 10 minutos até ao local onde eram largados. O objetivo passava pela inserção dos militares numa determinada área sem que fossem detetados e com condições de preparar a missão de ataque. Dadas as características da aeronave foram realizados 5 voos semelhantes sendo transportados 3 militares paraquedistas de cada vez. No solo as tropas teriam que verificar no mapa se estavam no local correto, garantir segurança à área de aterragem e preparar a missão de ataque que consistiu numa caminhada de cerca de 2,5 km até ao alvo sendo depois recolhidos mais tarde por viaturas do Exército Português.
Esta foi apenas uma das mais de centena e meia de missões realizadas nos distritos de Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Setúbal e Beja e que contaram com a participação dos F-16AM, C-130H, C-295M, ALIII, P-3C, ALPHA-JET e EH-101 Merlin da Força Aérea Portuguesa. A nível internacional marcaram presença os helicópteros AS550 da Dinamarca, F-18, EF2000 e C-295 de Espanha e o E-3A AWACS e DA-20 da NATO.
Segundo fonte oficial da FAP foram realizadas no total 168 missões e 554 horas voo que se traduzem num balanço muito positivo dado o reconhecimento internacional do exercício. A edição do próximo ano é já uma garantia com data prevista para fevereiro de 2016.
Texto: Rute Lacerda
Fotos: André Garcez