As autoridades canadianas e francesas anunciaram nesta segunda-feira, dia 1 de julho, que recuperaram algumas peças de um motor do avião Airbus A380, matrícula F-HPJE, da Air France, que no passado dia 30 de setembro de 2017, teve de fazer uma aterragem de emergência no Aeroporto de Goose Bay, no norte do Canadá, devido ao desprendimento, em voo, de parte do motor número 4, sobre uma zona de neves permanentes. Os destroços do motor são considerados pelos investigadores fundamentais para que se possam chegar a conclusões sobre o que terá acontecido.
As investigações têm sido lideradas pelo departamento francês de investigação de acidentes aéreos, o BEA (Bureau d’Enquêtes et d’Analyses pour la Sécurité de l’Aviation Civile), que contam desde o início do seu trabalho com a cooperação dos congéneres do Canadá e da Dinamarca, país que detém a administração territorial de grandes áreas do Ártico, que foram sobrevoadas pelo Super Jumbo francês durante o incidente.
O voo AF66 da Air France fazia a rota de Paris/Charles de Gaulle para Los Angeles, no Estado da Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos da América, levando a bordo 497 passageiros e 24 tripulantes. A sudeste da cidade de Nuuk, na Gronelândia, por razões ainda desconhecidas perdeu parte do motor número quatro (o do lado direito exterior da asa), tendo a tripulação sido alertada por passageiros que se aperceberam imediatamente da ocorrência e da trepidação mais acentuada junto da asa. O comandante desligou o motor e solicitou uma aterragem de emergência no Aeroporto de Goose Bay, no Canadá, onde aterrou dentro de duas horas de forma tranquila. Estes são os factos que são do conhecimento público.
Os investigadores que acompanham a comissão de inquérito, na qual se integraram técnicos contratados pela Airbus e pela Engine Alliance (subsidiária da General Electric e da Pratt&Whitney), a empresa fabricante do motor, recolheram diversos bocados de metal numa inspeção à pista, que se julga pertencerem ao motor avariado. No dia 4 de outubro de 2017, um helicóptero da Air Greenland, que sobrevoou o solo a baixa altitude na direção do corredor que teria sido utilizado pelo avião francês, encontrou peças metálicas sobre a neve que disseram pertencer ao motor avariado, e que foram entregues à comissão de inquérito. Eram nomeadamente painéis da cobertura do motor (foto acima).
Depois de várias perícias técnicas junto do motor avariado que foi desmontado do avião e depois levado para Cardiff, no Reino Unido, os investigadores continuaram a defender que seria necessário procurar os restantes destroços que, supostamente, estariam enterrados na neve.
O assunto foi entregue ao Observatório de Geologia da Dinamarca e Gronelândia, que através de equipamentos especiais e adequados conseguiu localizar as restantes peças do motor do A380 da Air France a cerca de quatro metros de profundidade numa zona gelada.
Começaram os trabalhos que decorreram com sucesso, tendo o BEA anunciado nesta segunda-feira, que os destroços já foram desenterrados e serão entregues à comissão de inquérito e provavelmente levados para Cardiff, onde continuarão as averiguações, quase dois anos depois do evento.
- As imagens que publicamos, que foram distribuídas na rede Twitter pela BEA, mostram a dificuldade dos trabalhos e a maneira como os investigadores atuaram no terreno gelado da Gronelândia.
O correto não seria “autoridades canadenses” ao contrário de “canadianas” como está no texto???
Ambas estão corretas. Uma em português de Portugal e outra em português do Brasil.