Resgate da South African Airways poderá custar 1,2 mil milhões de dólares

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A comissão de administradores que está a gerir os ativos da South African Airways (SAA) neste período de transição, em que o Governo está a tentar uma reestruturação da companhia para evitar o seu encerramento definitivo, propõe ao Estado da África do Sul um resgate de 1,2 mil milhões de dólares (21 mil milhões de rands).

É esse o montante apurado e que esse grupo de administradores independentes julga apropriado para ajudar a pagar as dívidas e retomar as operações após o levantamento das proibições de viagens resultantes da pandemia da covid-19.

O plano preliminar “é apenas para fins de discussão e aguardamos comentários das pessoas afetadas”, disse uma porta-voz dos administradores à agência financeira ‘Bloomberg’, acrescentando que a equipa tem até 8 de junho para finalizar uma proposta de resgate.

O Ministério das Empresas Públicas da África do Sul, responsável pela SAA, ainda não discutiu o plano preliminar, disse o porta-voz Sam Mkokeli. O Tesouro Nacional tinha se manifestado disponível, no início deste ano, a disponibilizar fundos para pagar credores, pois a dívida da companhia aérea é garantida pelo governo.

Embora o acordo de financiamento ainda não tenha sido finalizado, um acordo dessa natureza acabaria com um impasse entre o governo e a equipa de resgate sobre o futuro da SAA. Os administradores, nomeados em dezembro de 2019, já tinham apresentado anteriormente um pedido de financiamento que foi recusado pelo Estado Sul-Africano em abril passado. Ameaçaram ainda demitir-se em bloco para atrasar uma eventual liquidação da empresa aérea.

Em contraposição, o ministro das Empresas Públicas, Pravin Gordhan, que se opôs fortemente a esse plano, anunciou a sua intenção de criar imediatamente uma nova companhia aérea, o que levou ao retomar das negociações.

Os aviões comerciais da SAA estão em terra desde o final de março, quando o governo fechou as fronteiras para viagens não urgentes para conter a progressão do coronavírus no país. Alguns voos domésticos estão autorizados a operar desde esta segunda-feira, dia 1 de junho, para fins comerciais, embora a SAA tenha reduzido anteriormente os seus serviços nacionais e domésticos para uma única rota entre Joanesburgo e a Cidade do Cabo.

O problema que tem levado ao recorrente endividamento da SAA vem desde há muito tempo, agravado de forma sistemática e mais evidente nos últimos nove anos, em que foram detetados vários casos de corrupção e desvio de fundos na companhia, nomeadamente entre os seus administradores. A SAA passou da melhor companhia aérea da África e uma das melhores do mundo, há pouco mais de duas décadas, para uma companhia aérea com um prejuízo incontrolável e um futuro incerto. O interregno provocado pela pandemia não ajudou nenhuma companhia aérea, mas, no caso da SAA, provocou um intervalo, talvez necessário, para um levantamento e auditoria a toda a empresa.

 

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