Um levantamento do Portal ‘Feiras do Brasil’, especializado em mapear feiras de negócios das mais variadas atividades económicas, mostra que, depois de dois anos de eventos cancelados, verifica-se uma retoma em 2022. Até o final do ano, serão realizadas 2,5 mil feiras desse tipo em todo o País, sendo a absoluta maioria presencial.
O aquecimento do turismo de eventos já é percebido pela cadeia produtiva do setor de viagens corporativas. É o caso da travel tech ‘Onfly’, que presta o serviço de gestão (cem por cento digital) das viagens dos colaboradores de empresas. De acordo com um dos sócios e CEO da startup, Marcelo Linhares, os efeitos dessa retoma já são perceptíveis.
“Tivemos, em março de 2022, o melhor mês da nossa história, com um volume de valores transacionais nove vezes maior que o do período pré-pandemia”, afirma o executivo. “E boa parte desse volume veio de empresas que estão comprando passagens e hospedagem em hotéis para seus colaboradores participarem de eventos.”
De fato, de acordo com o levantamento do ‘Feiras Brasil’, março aparece como o mês com maior quantidade de eventos – 351 no total. Somando-se a 114 de janeiro e 200 de fevereiro, o primeiro trimestre registrou 698 eventos. Ou seja, ainda há outros quase 1,8 mil para serem realizados até o final de 2022.
Segundo Linhares, há dois complicadores internos, para a cadeia produtiva de viagens corporativas e do turismo de modo geral: o encarecimento das passagens de avião e a falta de vagas em hotéis para responder à procura. Isso sem falar na conjuntura externa, marcada principalmente pela guerra na Ucrânia.
Um estudo da ‘Kayak’, empresa especializada em busca de viagens, constatou que entre janeiro e março deste ano o preço médio das passagens aéreas subiu 62%. Segundo a empresa, um dos motivos do encarecimento está exatamente no aumento da procura por viagens à medida que os indicadores da pandemia de covid-19 foram melhorando, desde o princípio do corrente ano.
Mas, além deste fator, estão os reajustes do querosene da aviação, consequência dos repasses, pela Petrobras, das altas no valor do petróleo. Situação que deve perdurar – inclusive em consequência do conflito internacional, observa Linhares.
Como o serviço prestado pela travel tech é de gerir todas as viagens das empresas através de uma plataforma digital, o quotidiano da ‘Onfly’ tem sido marcado pelo enfrentamento desses obstáculos. “Entregas as melhores opções de transporte e de hospedagem tem tido esse desafio extra, o de lidar com a alta das passagens e as dificuldades para se encontrar disponibilidade de hospedagem em alguns lugares”, cita Linhares.
Diante do cenário de retoma das feiras e eventos de negócios, a ‘Onfly’ confirma previsão do início do ano de triplicar em 2022 o número de clientes recorrentes da startup, que tem sede em Belo Horizonte e presta serviços a empresas de todo o país, das mais diversas atividades económicas. “Terminamos 2021 com 300 clientes recorrentes; a meta é chegar a 900 neste ano”, assinala Marcelo Linhares.
- Foto de abertura © Onfly/Pixabay